Para dias inquietos, coloco meus demônios todos para tomar sol

Com os meus choros entendi que para o alívio chegar, é questão de deixar o tempo passar.

Eu tive cinco choros durante esta pandemia. Todos eles foram acolhidos. Hora por mim, hora pelo meu psicólogo – que preciso retomar –, hora pelas minhas conexões mais próximas: alguns poucos amigos e família.

Com os meus choros entendi que para o alívio chegar, é questão de deixar o tempo passar. Quando algo me perturba, um pensamento, uma conexão que se perdeu, uma que nem tive a chance de estabelecer, eu converso comigo mesma, só que em voz alta. Me ouvir enquanto perambulo pela casa, gera um quentinho imediato no meu coração, que se estende ao meu desconforto – e logo se transforma em tranquilidade, em entender que na maioria das vezes é só uma questão de tempo, de deixar a roda da vida girar. 

São pensamentos enviesados, contraproducentes, inversos, que muitas vezes não revelam a verdade dos fatos. Na maioria delas não são mesmo. Mas aí o estrago já está feito. Não sei você, mas me sinto culpada, sem que a culpa seja realmente minha. Meus demônios se divertem. Levei um tempo para domá-los. Hoje em dia, está mais difícil cair nessa cilada, perto de sete anos, pois sempre que posso, faço cursos sobre mindfulness, retiros de silêncio, meditação, entre outras práticas holísticas. 

Algumas vivências eu não entendo na hora e até desconfio se, de fato, são eficazes. Foi preciso uma pandemia para todas as minhas fichas caírem e eu me conectar com todas essas ferramentas que desabrocham minha verdadeira “Luli”. 

Conseguir me observar nesses momentos de inquietação e indignação têm sido provavelmente a descoberta mais mágica da minha vida. Quando algo dá errado ou não acontece da maneira que eu queria ou no “tempo” que eu gostaria, eu apenas aceito, ou como aprendi com o professor Felipe Anghinoni, eu “aceito o princípio da não resistência”. Além de não resistir e aceitar a situação, eu me defendo e faço algo de que gosto, como escrever. 

É louco pensar que tem dias que a gente não encontra tempo pra nada, e no instante seguinte, com a mente um pouco esvaziada e com os demônios ao sol, eu encontro tempo pra tudo, incluindo não esquentar a cabeça porque perdi uma concorrência ou não me preocupar que o pretendente mudou de foco.

Eu tive uma diretora que certa vez me disse: 

– “As coisas são do tamanho da importância que você dá para elas”.

Com o tempo eu entendi o poder dessa expressão, que hoje carrego pra todo canto. Obrigada, Paula Trabulsi! 

Em tempo, aproveite todos os sims que você encontrar pela frente, sem se preocupar muito com os nãos. Lembra que a roda da vida gira. Ela gira para mim, pra você, pra todos nós.

Cuide-se, use máscara e vibre aquilo que deseja pra sua vida. Com o tempo, tudo se encaixa com leveza e tranquilidade.

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