Um tweet resumiu a importância da representatividade

“O que eu teria feito para ouvir uma história como a minha” – a voz embargada harmonizam com os olhos cheios d’água da comediante Hannah Gadsby, que com uma frase simples, direta, coloca o holofote na importância da representatividade. Essa, aliás, é uma das razões pelas quais TODO MUNDO deveria assistir Nanette, mas já nos ocupamos disso neste post.

Embora tenhamos visto tantos outros exemplos de como essa tal da representatividade pode ser “a pedra angular” da mudança que queremos ver no mundo, isso ficou ainda mais claro num caso recente, publicado no twitter.

Sesame Street e Autismo

O usuário @shiphitsthefan, que não se identifica como homem ou mulher, postou o seguinte diálogo, transcorrido durante uma aula de natação para crianças:

  • Ele é engraçado!, disse uma menininha, apontando para o meu filho. – Quero brincar com ele!
  • Seja gentil, advertiu sua avó
  • Eu assisti na Vila Sésamo!, e pulou ao lado do meu filho

Importante dizer aqui que o garoto em questão é autista, e que a Vila Sésamo apresentou a personagem Julia, um Muppet autista que não se expressa verbalmente, em 2015 nos livros digitais, e em abril de 2017 nos programas de televisão.

Ao final do tweet, @shiphitsthefan ainda fala: “não me diga que representatividade não importa”.

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O interessante deste caso é ponderar que, neste caso específico, a representatividade não tratou de empoderar uma minoria, como geralmente acontece, mas de inseri-la num contexto real – e, obviamente, educativo.

Em entrevista ao Huffington Post, @ autor@ do tweet disse ainda que em momento algum a garota demonstrou sentimento de pena ou coisa parecida. “Eu compartilhei este momento porque ele é o oposto da discriminação. Uma criança ‘perfeita’ que não enxergava alguém que precisava de ajuda, mas um semelhante; alguém que coexiste. Essa história é interessante porque não há um sujeito passivo, todos têm participação ativa nela. De repente, aquela área de lazer se elevou e democratizou graças à educação e compreensão”, pontuou @ coadjuvante.

Imagina que louco seria se outros programas infantis seguissem esse exemplo da Vila Sésamo? E se mesmo quem já não é criança pudesse aprender com um coração mais “infantil” essa arte de olhar para o outro como alguém que coexiste, e que não necessariamente precisa de ajuda ou piedade alheia?

 

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