Não é fácil ser mulher nesse mundo.
Pior se você é uma mulher fora do “padrão”.
Machismo está relacionado a abuso de poder. E vem dos nossos antepassados que tratavam a mulher como objeto de reprodução e se apoderavam delas.
O mundo evoluiu e se estabeleceu uma sociedade governada por homens, onde a religião, as escolas e a própria família, buscavam justificar e continuar a ordem social, incluindo a submissão ao marido, casamento e procriação como forma autorrealização. Para se ter uma ideia, só na segunda metade do século XX as mulheres puderam usar calças em lugares públicos.
Os anos passaram e vemos os resquícios desse império masculino até os dias de hoje. Mas, como disse Hannah Gadsby: Nanette neste stand-up revolucionário, talvez não seja um bom momento para ser um homem-branco-heterossexual.
Ou talvez seja o momento perfeito para abrir os olhos; e o stand-up é parte de uma revolução social que questiona o abuso que as mulheres viveram ao longo tempo e na história.
A tecnologia trouxe o que por tantos anos nos tentaram esconder: a informação; e com ela, não apenas os homens, mas todos nós podemos ter uma ideia de como temos sido manipulados, quão mal educados fomos; e como todas as mulheres sofrem o tempo todo e todos os dias.
Não há como não se sentir impactado com as palavras de Hannah e, por isso, é tão importante que a mensagem seja passada adiante.
Elas vão doer. Vão tocar profundo.
E não há remédio que cure a curto prazo.
Trata-se de um despertar de uma consciência escondida. Tapada por cifras e homens que insistem e manter a soberania, usando a mídia como a sua aliada.
É uma satisfação e um grande orgulho ver a resiliência e a coragem de uma mulher como Hannah em expor a sua trajetória. E é uma dessas histórias que devem ser vistas pelo maior número de pessoas possível. Por isso, meu amigo, veja e passe em frente essa mensagem. Não pelas mulheres, não pelos gays ou pelas lésbicas, mas por um mundo mais humano.
O stand-up Hannah Gadsby: Nanette está disponível na Netflix.