Acompanho muitos papos sobre inteligência artificial, e é bastante interessante o quanto os papos mudaram de um ano para cá. Entre hipóteses, considerações, protótipos e produtos e serviços são questão de meses. Por isso nada melhor do que se atualizar com quem está realmente por dentro.
Aqui no The Next Web fui ver um painel com o Christoph Welsbach, responsável pelo simpático Watson, da IBM, a Nell Watson, da Singularity University (programa da Nasa em parceria com o Google), Daniel Hulme da Sitalia e o pesquisador Robald Siebes.
Um dos últimos progressos que AI atingiu é identificar emoções humanas, segundo a Nell, através do reconhecimento de imagem. Ou seja, seu computador pode saber quando você está triste, para dar aquela animada no ambiente.
Mas ele aprende o que fazer, como? Através dos bancos de dados de todos os demais humanos conectados. As redes neurais, Christoph comenta, realmente funcionam de forma muito similar aos humanos – cada vez que aplicam mais testes, chegam a essa conclusão.
Mas a pergunta era: onde estamos, e para onde vamos?
Hoje chegamos a um status que as máquinas são bastante potentes em reconhecimento de padrão. Esse padrão é cada vez menos estruturado, e cada vez mais próximo à linguagem natural. Ainda esse ano deve chegar na nossa mão aplicativos, software e plataformas muito mais amigáveis, que entendem o que falamos, as fotos que postamos ou vemos, as músicas que ouvimos.
Também será um dos fatores mais relevantes para aumento de produtividade e diminuição de desperdício. Baseado em uma série de bancos de dados podemos fornecer dados históricos de temperatura, clima, qualidade das sementes, e facilmente conseguimos prever a produção exata de milho do ano. E podemos treinar as redes para que elas descubram por si só quais os outros fatores mais relevantes na produção.
E o que vem por aí?
Hoje os computadores são muito bons para coleta de dados, e previsões, gerar insights. Mas as decisões ainda são tomadas por humanos. O próximo passo é fazer os sistemas tomarem decisões corretas aprendidas por eles mesmos.
Daí entramos em um aspecto extremamente técnico: o que é correto? Somos 7 bilhões de pessoas no planeta, cada um com valores diferentes. Criar um tipo de AI que tenha proteções para usos imorais é um desafio tremendo. Regras e tabus não são suficientes, e definir um framework mínimo para sistemas autônomos baseado em padrões “éticos” não é tarefa para uma empresa ou outra, mas do conjunto.
Se parece coisa de filme de ficção científica, bom… Blade Runner era em Los Angeles em 2019, não? É só daqui a 3 anos….