"Pobres Criaturas" reflete sobre a liberdade que brota quando desafiamos as normas sociais

What can we learn from Poor Creatures

“Pobres Criaturas”, filme do renomado diretor grego Yorgos Lanthimos, indicado ao Oscar como melhor filme, destaca-se por sua abordagem didática ao explorar as nuances das normas sociais e seu profundo impacto na construção da identidade.

A narrativa complexa propõe questões essenciais, especialmente (mas não só) para as mulheres, provocando uma reflexão sobre quem seríamos sem as amarras da castração social e do determinismo. Ao desafiar as convenções, o filme proporciona uma experiência que transcende o cinema, estimulando o espectador a repensar as estruturas que moldam nossas vidas e a considerar as possibilidades de uma existência além das expectativas sociais.

A seguir, destaco alguns pontos fascinantes que podemos aprender com “Pobres Criaturas”:

Se ainda não viu o filme e deseja evitar spoilers, recomendo que pare por aqui. ⚠️

  1. A inexistência de gênero: A mente não reconhece barreiras de gênero, evidenciado pelo fato de que nunca é especificado o sexo do cérebro implantado em Bela. A compreensão de que o cérebro se adapta simplesmente ao corpo nos instiga a refletir sobre como as expectativas de gênero moldam nossa percepção de identidade.
  2. O amor pode ser prático: Não há necessidade de aderir a roteiros preestabelecidos para expressar afeto. Cada pessoa tem a liberdade de forjar seu caminho, contanto que seja autêntica consigo mesma e com os outros envolvidos. Escolher formas não convencionais de amor desafia corajosamente as normas sociais, convidando-nos a questionar e redesenhar os limites do que é considerado aceitável.
  3. Sexo e prazer são naturais: A experiência do prazer através do corpo é uma faceta inerente à humanidade. Suprimir esses desejos vai de encontro ao presente que a natureza nos oferece desde o início. A disposição para explorar o prazer sem constrangimentos desafia ousadamente as convenções sociais que frequentemente reprimem a expressão sexual.
  4. Os livros e a filosofia iluminam o caminho: Quanto mais nos dedicamos ao conhecimento de quem somos como humanos e do que se trata o universo, mais somos capazes de transcender nossa experiência em direção a algo extraordinário. A busca pelo conhecimento desafia as limitações impostas pela sociedade, estimulando uma jornada pessoal de autodescoberta.
  5. Olhar a vida com olhos de criança: Uma das grandes belezas da vida é manter a capacidade de descobrir coisas novas através de viagens, de experiências, de aventuras, de descobrimentos pessoais e através das outras pessoas. A inocência e a curiosidade de uma mente limpa e infantil podem ser ferramentas poderosas para quebrar padrões estagnados.
  6. Não se pode ser 100% feliz enquanto alguém ainda sofre: A felicidade plena permanece inalcançável enquanto a dor persiste em algum lugar. Cultivar a capacidade de compaixão, uma empatia que se mantém resiliente, é reconhecer que todos compartilhamos uma conexão intrínseca no grande panorama da existência. É fundamental ter claro que cada habitante deste planeta merece uma vida digna e completa, e devemos aspirar a ser um mensageiro dessa utopia que desafia a indiferença social que perpetua o sofrimento.
  7. Ciúmes, possessão e egoísmo não têm nada a ver com amor: Esses sentimentos de baixa vibração contradizem completamente a essência do ato de amar alguém. É crucial ter em mente que cada indivíduo é único e que a ideia de pertencimento a alguém não se alinha com relacionamentos saudáveis. O filme nos estimula a reconsiderar nossas concepções tradicionais de amor, fomentando a construção de relacionamentos fundamentados na liberdade e no respeito mútuo.

Em última análise, “Pobres Criaturas” não é apenas um filme, mas um convite provocativo para examinarmos as limitações que permitimos em nossa busca por aceitação social. Ao confrontar as questões levantadas pela narrativa, somos desafiados a repensar nossas próprias convicções e a buscar uma autenticidade além das expectativas impostas.

Agora me diga: Quem seríamos sem tantos tabus e determinismos? Onde estaríamos como seres humanos?

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