Derek Johnson: estratégias transmidiáticas na Marvel

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Hoje, pra variar, o post não é sobre games. Quer dizer, resvala nos games pois tem a ver com a pujante indústria do entretenimento e suas ramificações em múltiplas plataformas.

Participei esta semana da I Jornada GEMInIS de Entretenimento Transmídia sediada na Universidade Federal de São Carlos. O congresso focou em discutir estratégias dentro da indústria do entretenimento e contou com a presença do Prof. PhD. Derek R. Johnson (University of Wisconsin-Madison), pesquisador de cinema e televisão e autor de três livros sobre cultura participativa, franquias de mídia, games, coautoria e indústria cultural.

Derek estuda a fundo as estratégias transmidiáticas da Marvel e apresentou uma reflexão bastante importante sobre o grupo e o que ele chama de “media franchising”. Segundo o pesquisador, a Marvel possui o desafio de entender a multiplicidade de níveis de envolvimento dos espectadores. Hoje, não faz sentido fazer filmes somente para fãs hardcore; o produto deve atingir outros patamares de audiência e ser lucrativo para gerar novos desdobramentos.

Johnson ainda frisou a necessidade de envolvimento da Marvel com os projetos para que eles formem uma unidade e usou o caso do filme Avengers que foi construído passo a passo em cima de outros filmes (Thor, Capitão América, Hulk e Iron Man). A construção bem estruturada de um produto midiático desdobra ramificações para outras plataformas (games, HQs, brinquedos etc.) naturalmente.

Toda esta discussão sobre o papel do fã perante uma franquia de entretenimento – e sobre como este fã deve ser pensado estrategicamente dentro de um contexto – me lembrou uma situação emblemática que vivi recentemente. Em uma mesa de bar, uma amiga comentou que era “super fã do Homem de Ferro” e foi cortada bruscamente por outro amigo que disse “você não é fã coisa nenhuma! Fã sou eu que leio a HQ desde criança”. O que acontece é a garota é fã em uma gradação diferente, é fã dos filmes; o rapaz (nerd extreme) é fã até os ossos (de adamantium) e consome a figura do herói em múltiplas plataformas. Já a Marvel, nesse cenário, é estratégica ao conseguir construir produtos que “conversem” com diversos públicos em diversas plataformas.

Nesse pacote podemos inserir tantas outras franquias, séries etc. Vale a reflexão de pensar o negócio que envolve múltiplas plataformas como um espaço privilegiado para estratégias de entretenimento.

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