Se tem uma coisa que a gente gosta de fazer é cutucar o cérebro.
Café, Red Bull, Cocaína, maconha, meditação, hipnose.
Substâncias e técnicas, algumas milenares, de se massagear a massa cinzenta, a coisa mais sofisticada que conhecemos em todo o universo. Ou melhor, que não conhecemos tanto assim, e talvez por isso cutucamos tanto.
Agora, a bola da vez tem para vender no supermercado:
É a pilha de 9 volts. Ah, o ser humano.
OS tDCS
Uma das traquitanas de estímulo neurológico mais recentes são os tDCS (transcranial direct current stimulation). Ou, Estimulação transcraniana por corrente contínua.
Mais um “wearable”. Se parecem com fones de ouvidos, só que ao invés de plugar nos ouvidos, você coloca na testa. Fica bonito.
E ao invés de música… eletricidade.
Na verdade, um design bonitinho para um acessório caseiro feito por gamers anos atrás. Que por sua vez, roubaram da medicina, ainda antes.
Basicamente, uma pilha de 9 volts estimulando o cérebro através de duas esponjas.
A explicação, com base científica, é que uma corrente elétrica bem fraquinha, equivalente a 1/500 do que é usado para acender uma lâmpada, colocada sobre o crânio nos lugares certos faz com que o cérebro tenha uma performance melhor em algumas atividades.
O que me faz lembrar deste outro invento:
O chapéu pensador que o Professor Pardal usava quando precisava ter alguma ideia genial. E rápido. Com 3 corvos.
O FOCUS
Uma das marcas mais conhecidas desses headsets é o Focus, que traz embutido 2 ironias de brinde. A primeira é a garota-propaganda.
Apesar de se tratar de um produto teoricamente high-tech, escolheram uma garota super sexy para servir de apoio de produto.
Ou seja, o tal aparelhinho é a coisa mais moderna em termos de estímulo cerebral, mas talvez ainda não tanto quanto o outro estímulo cerebral que já vem de fábrica.
E segundo, por que a marca pronunciada em voz alta também pode dar a dica do que o aparelho pode fazer com a gente no fim das contas.
Aliás, nem precisa ser um neurologista para desconfiar que fazer uma chupeta no cérebro para estudar e jogar video-game por mais tempo não parece ser uma coisa muito elaborada, testada ou saudável.
Descontrole é uma característica humana. Aliás, não só humana.
Eles, os neurologistas, concordam que eletricidade faz o cérebro agir de forma diferente, tanto é que usada há mito tempo na medicina – no começo de forma cruel – e hoje em dia de forma controlada e eficiente para o tratamento de algumas doenças. Mas é preciso saber o como, por quanto tempo, e com qual intensidade. E é justamente aí que mora o perigo, já que muitos fazem a versão caseira. Não chega a ser perigoso. Na verdade acho que é mais para o engraçado do que para o perigoso.
Enfim, quem quiser experimentar mais esta forma de cutucada cerebral e quiser ficar under the influence de uma bateria de 9 Volts, o site do Focus fica aqui. Eu vou tomar um café.
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