O homem, o menino e o burro

[mks_dropcap style=”letter” size=”52″ bg_color=”#ffffff” txt_color=”#000000″]C[/mks_dropcap]erto dia, pai e filho levavam seu burrinho para o mercado, puxando-o por uma cordinha.

Durante o percurso, as pessoas que passavam por eles davam risadas e falavam:

– “Como vocês são bobos! Não sabem que podem montar no burrinho ao invés de andar?”

Pai e filho resolvem então montar no animal.

Um pouco adiante, um novo grupo de pessoas cruza com eles e ficam indignados:

-“Mas que judiação! Como vocês tem coragem de sobrecarregar o pobre bichinho desse jeito? Olha a língua dele pra fora! Tá bufando! Coitado!”

O pai resolve então descer do burro, deixando apenas seu filho.

Metros a frente, depois da curva do rio, um senhor que vinha em sentido contrário fala alto:

-Ô moleque! Na flor da idade…. e vai aí montado que nem um príncipe enquanto seu velho pai vai puxando vossa majestade? Você não tem vergonha?”

O garoto fica sem graça e imediatamente troca de lugar com o pai, mas só até serem interrompidos por uma senhora que saia da igreja e já engatou em um sermão:

-“O senhor é um aproveitador! Devia denunciá-lo às autoridades, coitado do menino, puxando o senhor debaixo desse sol?”

Diante do impasse, pai e filho pensam um pouco e decidem por uma medida drástica: ambos carregariam o burro, usando um pedaço de pau.

A cena absurda logo causa um alvoroço na ponte da entrada do mercado e uma multidão se reúne em volta dos 3. Assustado, o animal começa a dar coices e acerta a mão do menino, que solta o pedaço de pau deixando o burro cair da ponte, direto na correnteza do rio, morrendo afogado.

Depois de um silêncio absoluto, todos os olhares se voltam lentamente para o pai e filho.

Moral da história: tentar agradar todo mundo é a maneira mais garantida de não agradar ninguém.

Mesmo que você tenha uma estratégia previamente desenhada, como por exemplo, revezar a montaria, ou fazer pausas durante a viagem… para os que presenciam apenas os momentos isolados, a leitura é parcial, mas o julgamento é quase sempre disparado com certeza absoluta. Portanto, esteja aberto e atento às observações alheias, mas não esqueça que leme é seu e o destino é você quem dá.

Ou, se preferir, “para fazer o omelete… vai ter que quebrar uns ovos”.

Ou, ainda um grauzinho abaixo na elegância, mas em favor da eloquência dos fatos:

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“O homem, o menino e o burro” é uma das Fábulas de Esopo.

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