Desculpa o atraso, eu não queria vir

Me sinto uma poodle de apartamento

Voltei pra vida bandida e procrastinei para escrever para vocês. Me perdoam?

Saca quando você perde o medo de algo e encara a vida com mais fluidez e ousadia? Pois essa sou eu nos últimos 60 dias. Fui do FOMO (fear of missing out, quando você sofre se não consegue estar em todos os rolês) à fome de viver, passando por outras ações, questões, sentimentos e ilusões que começam com a letra f: força, festa, filme, foda, fuga, filosofia, família, foco, mas também fui muito fanfarrona nas últimas semanas.

Fui não. Estou. Me sinto uma poodle de apartamento que quando sai pra rua quer correr, pular, fazer xixi, cocô, cheirar o c* dos outros. Eu estou viva. Fiquei um bom tempo confinada em casa, tive pouco acesso a muitas coisas, pessoas, vivências, experiência, sexo – nossa como eu tive sexo ruim nos últimos dois anos. Agora parece que as coisas estão voltando a se encaixar melhor. Sexo com mais qualidade, com mais constância, com gente que gosto. Sexo com gente que curtimos é vida. Porque na carência… Corre Bino, é uma cilada!

É uma vida bandida, como diz um amigo. Ah, e que saudades que eu estava dessa vida de sair, curtir, dançar, paquerar, beijar, rir, transar, bebericar, abraçar, suar, requebrar. Tem verbo que não acaba mais. Acontece que todas essas redescobertas me trouxeram também uma percepção, que eu já escrevi aqui antes, mas parece estar mais acentuada: a falta de traquejo social.

Tem muita gente com preguiça de socializar. E não me refiro àquele jogo de sedução, de bater o olho numa pessoa durante uma festinha, paquerá-la por um bom tempo, até que um dos dois tome a iniciativa e resolva quebrar o gelo e puxa papo. As pessoas estão sem paciência para conversar, qualquer conversa, uma simples e despretensiosa conversa.

Nem toda conversa pode levar a algo. Às vezes não leva e tudo bem. O que custa ser gentil com o outro, com a outra? As barreiras aumentaram, as neuroses se multiplicaram e as desconfianças estão cada vez mais latentes. Desse jeito, o que se ouve, ou melhor, o que eu escuto são pessoas e mais pessoas se lamentando, se isolando e vivendo no gerúndio.

Eu escuto. Mesmo quando não quero, eu pratico a escuta. Mas não prolongo o lamento alheio. Dou apoio, mas também me afasto. Passamos por uma pandemia e nos acostumamos com o combo Netflix, iFood e edredom? É preciso voltar a socializar, evitar o julgamento na primeira fala de alguém, ir com o coração aberto e se esforçar para que as conexões aconteçam, as conexões mais genuínas e potentes de todas, a fluidez das conexões humanas.

Prometo voltar logo.

Em tempo, o título é de um anônimo da internet. Se alguém souber a fonte, por favor, me deixe saber.

Meu abraço, Luli Liebert.

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