Meta, loucura e sabotagem

Este ano eu resolvi comprar um planner, mas já me sabotei

Agora o ano começa de verdade, embora há os que dizem que ele só começa mesmo depois do Carnaval. Balela. Pra mim não tem essa de “adeus ano velho, feliz ano novo”. Pronto, primeira sabotagem do ano. Eu curto rituais. Os meus são mais singelos. E duram alguns dias, um pouco antes do Natal.

Sei pouco sobre o método de arrumação da Marie Kondo, mas já faz uns 10 anos que chega na reta final do ano que começo a arrumar gavetas, armários e estantes. Depois eu costumo fazer dois banhos. No dia 30, o de sal grosso, para limpar toda zica e no dia 31, um de alecrim, para atrair prosperidade. Faz tempo que não viajo nessa época do ano. Fico tranquila em casa, tem anos que durmo antes da meia-noite. Tá, eu rezo, de um jeito meio sossegadão, mas é o meu jeito, e tudo bem.

Com o planner em mãos, resolvi colocar algumas metas no papel. Aquelas clichezonas mesmo: economizar, maneirar no cartão de crédito, fazer um curso, voltar pro inglês, aprender a tocar um instrumento, ler mais, sair mais, transar mais, fugir das pessoas tóxicas, ficar em casa quando a tóxica for eu e mais uma meia dúzia de coisas que já não lembro quais são. Puta loucura. Eu sei. É claro que eu não vou dar conta de tudo.

Mas agora que vem a loucura “mór”, pelo menos pra mim. Me peguei um dia da semana passada com vontade de não ter meta nenhuma. Um amigo logo me provocou: mas isso já é uma meta. Inferno. Nem ter metas eu posso, porque isso já é considerado ter uma meta.

Então entrei na pira de fazer coisas que eu nunca fiz e ver no que vai dar: ficar um mês inteiro sem abrir o Instagram, escolher uma semana do ano e dizer sim para tudo e para todos, desencanar de dar a minha opinião para evitar um confronto, e o que mais eu sentir vontade nos próximos 12 meses. Loucura?

Essa parada de ter meta é cruel. Não importa o tamanho dela. No dia 1º eu pensei em parar de beber álcool no mês de janeiro, o tal dry january. Já me sabotei na primeira sexta-feira do ano. Mas como curtir um show-intimista-delícia do John Harp e uma banda supimpa no Whiplash, e não tomar uma dosezinha se quer? Boicote 1. Temos! Ou melhor, já é meu segundo ou terceiro boicote do ano.

Meta. Loucura. Sabotagem. Tudo está conectado.

O que me salvou nesta primeira semana do ano foi uma fala da Regina Giannetti – sou fã -, que num dos episódios do podcast Autoconsciente comenta que a vida é impermanente. E aqui peço permissão para reproduzir uma das frases da Regina:

– Nada permanece igual. Tudo muda e se transforma ao longo do tempo.

Então, meu caro, minha cara, vamos tentar parar de sofrer este ano? Meu desejo é que você tenha uma única meta: ser feliz!

Beijo carinhoso, Luli Liebert.


 

 

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