Como lidar com gente difícil no trabalho? As dicas de Amy Gallo no SXSW 2023

Especialista dá dicas de como agir para garantir um ambiente saudável e garantir produtividade – além da qualidade de vida

Se você odeia alguém do seu trabalho, você definitivamente não está sozinho. E se acha que isso impacta a qualidade das suas entregas, também não está errado! Mas calma que dá para resolver – e talvez uma boa parte do problema está em você. Não sou em quem está falando, mas a Amy Gallo, especialista em dinâmicas de trabalho e que apresentou nesta segunda (13), no SXSW 2023, a palestra “Getting along: how to work with difficult people (ugh!)”.

Amy destacou uma pesquisa que indica: 80% das pessoas dizem que trabalham com uma pessoa horrível, sendo que 83% delas acreditam que isso afeta a qualidade do trabalho. E, de acordo com a expert, isso nunca fica só no ambiente corporativo. “Nossa qualidade de vida depende da qualidade dos nossos relacionamentos – e isso passa, invariavelmente, pelos nossos colegas de trabalho”, afirma.

Se relacionar bem no trabalho vai muito além de querer ou não ter amigos por lá. Mas juntar as coisas costuma ser um exemplo muito positivo – inclusive em produtividade. “Há estudos que mostram que pessoas que dizem que seus melhores amigos trabalham com elas tem maiores índices de performance”, revelou Amy, lembrando que “podemos estar com as mentes mais brilhantes em uma sala. Como essas pessoas vão se relacionar é o que vai definir o sucesso do projeto”.

E como resolver essa questão? Há, acima de tudo, diferentes perfis de “gente difícil” no trabalho. Entre elas, Amy citou, por exemplo, “o chefe inseguro”, “o pessimista”, “o sabe-tudo” e o “passivo-agressivo”. Para cada um deles, há uma forma de atuar para atenuar os problemas de relacionamento, mas algumas dicas são aplicáveis na maioria das ocasiões.

A principal delas é entender que tudo depende do contexto – e talvez a razão para a mala sem alça em questão ser o que é está em algum desses lugares. “O contexto importa! Onde você trabalha, como, de onde as pessoas vêm, o que elas estão passando, tudo isso influencia na vida delas, na sua e, com isso, no seu relacionamento com as pessoas”. Por isso, a velha dica de “se colocar no lugar do outro” aqui é fundamental.

Outro é que, como nosso cérebro sempre está preparado para nos defender, costumamos guardar com mais facilidade as coisas ruins que as boas. Muitas vezes, isso se traduz em rancor, conclusões enviesadas ou mesmo preconceito – nos afastando ou gerando o sentimento negativo. “Por isso, você tem que se perguntar uma coisa importante quando encontrar alguém que não se dá bem: será que minha percepção não está comprometida por algum tipo de preconceito?

Amy citou, por exemplo, que muitas pessoas nos altos cargos de liderança, apesar de aparentarem confiança e terem controle das situações, muitas vezes são corroídos pela insegurança – mesmo quando não demonstram. “E essa segurança é alimentada quando se sentem ameaçados. Sei que não é fácil quando esse chefe não é uma figura querida, e não estou dizendo para puxar o saco ou mentir, mas elogiar um atributo verdadeiro das suas lideranças tem, comprovado em pesquisa, efeito muito positivo no aumento da confiança e, por consequência, nas relações”, detalhou.

Já com os pessimistas, por exemplo, não é o otimismo que vai resolver. “Pessimistas costumam achar que otimistas são idiotas. Mas entender qual o ponto de vulnerabilidade que eles enxergam num projeto e, principalmente, definir uma tarefa bem clara para eles, costuma ajudar”, sugere Amy.

No geral, há quatro boas dicas que podem ser aplicadas em diversos casos:

1. Lembre-se que sua perspectiva é apenas a sua perspectiva! Nem sempre ela é real, ou pode estar muito comprometida por preconceito ou falta de contexto.

2. Não torne a relação “eu contra eles”. Não leve para o pessoal, uma vez que a maioria das vezes é o ambiente, os objetivos ou o trabalho em si que cria as desavenças.

3. Evite fofoca. Quando ela se espalha, só traz ainda mais para baixo a vítima da conversa, além de impactar muito mais negativamente em você do que positivamente na situação.

4. Faça testes para ver o que funciona: cada pessoa reage de um jeito a diferentes estímulos ou ambientes. “É pelos erros que você vai aprender a ser melhor”.

E não pense que tudo é tão ruim. Lembra daquela pesquisa lá em cima, dos 80% que atuam com uma pessoa horrível no trabalho? Ao mesmo tempo, 93% das pessoas dizem que se dão muito bem com a maioria dos colegas de trabalho. “Então, não deixe uma única pessoa atrapalhar as demais relações e a qualidade do seu trabalho”, finaliza Amy.

Aliás, a palestra é um recorte do livro “Getting along: how to work with anyone (even difficult people) the HBR guide to dealing with conflict”. Então, se você é um líder ou essa é uma questão no seu ambiente corporativo, vale a leitura!

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