Storyboard P: mutant dance

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A dança sempre teve um componente de ilusão de ótica. O sorriso e a fluidez que simula a ausência de esforço físico, o rodopio sincronizado da valsa que faz o casal deslizar sobre rodinhas invisíveis, os saltos incríveis que alteram nossa percepção a respeito do peso de uma bailarina. Talvez o exemplo mais clássico seja o moonwalk do Michael Jackson, uma ilusão de ótica tão forte que confundiu o mundo em 1983 sem que pudéssemos explicar como ele conseguia andar para frente e para trás ao mesmo tempo (não foi invenção dele mas é impossível não achar que foi). Depois do moonwalk, a ilusão ganhou força, principalmente na dança de rua. E de lá para cá, novos dançarinos vêm criando novos passos.

Um dos mais famoso é um cara chamado Storyboard P. (deve ser um ex-publicitário). Ele criou tantas ilusões, em tantas partes do corpo, que acabou criando um movimento chamado “mutante”, já que tudo em seu corpo parece se comportar de uma maneira que o nosso cérebro não consegue entender muito bem.

“Dá para demonstrar uns passos aqui neste corredor mesmo?”

O video abaixo, feito em apenas um take, é uma improvisação que Storyboard P. fez no corredor do hotel em que estava hospedado para a Convenção de Break Dance em Londres, em maio de 2012.

É inacreditável como ele mal toca o carpete parece brincar com todas as percepções (peso, rigidez/flexibilidade de braços e pernas, etc). parece que o cara tá derretendo. Em um corredor que você jura que é na verdade uma grande esteira ergométrica. Os pés… duas cobras. Parece um carrinho de bate-e-volta solto no corredor.

E, caso você não tenha prestado atenção, vou repetir: improvisado. Também conhecido como “sem coreografia ensaiada”.

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