SxSW2015: No olho do furacão

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Um pouco em cima da hora, mas ainda a tempo, resolvo me aquecer para o meu primeiro SxSW no vôo de São Francisco para Austin.

Checagem da programação no app e de notícias do festival, seguido de momento de desespero (não vai dar para ver tudo), seguido de ápice de encantamento.

Aí dá aquele click. Não, o SXSW não é um festival de interatividade, nem de filme, nem de música. Basta uma rápida olhada para ver que tudo se mistura num único caldeirão cuja liga é a tecnologia e os temperos são grandes temas atuais da sociedade.

Eu me explico. Pegue a esperada premiére de A Brave Heart como exemplo. O documentário sobre Lizzie Velazquez discute uma infância inteira de bulling, cuja gota d’água foi um video que Lizzie descobriu no You Tube que uns meninos haviam feito sobre ela. Sofrimento compartilhado em rede mundial, a moça encontra sua causa no mundo: ativista de Internet bulling. Isso vira filme.

Corta. No centro das discussões mundiais sobre impressões em 3D, está uma diretora do MOMA que discutirá o papel do design numa realidade em que qualquer pessoa pode imprimir uma arma de fogo a vinte e cinco dólares.

Como classificar um festival que debaterá se a realidade aumentada pode ajudar a salvar a indústria dos livros, mas também mostrará uma gravadora chamada Burger Records que, em pouco tempo de vida, vendeu 300.000 cassetes?

Austin também dará a chance de aprender sobre sutiãs que detectam câncer, meias que avisam o aumento da diabetes ou lençóis que medem a qualidade do sono e indicam a melhor hora para o despertador tocar, evitando que acordemos cansados (tenho dois colegas que já entraram no crowd funding dos tais lençóis tech).

Outros ainda poderão debater sobre a legalização do mercado de apostas no basquete americano para aumentar a audiência dos jogos. Vale?

Austin é um festival de janelas, não de verdades absolutas. Janelas que te fazem pensar.

Como disse Sal Khan, fundador do Khan Academy, plataforma que vem revolucionando os modelos educacionais vigentes, estamos no olho do furacão. Num momento privilegiado da história em que a sociedade está aberta e despertando para muitas coisas. “A espécie humana está acordando”, diz ele.

Furacões não tem volta. Furacões são incontroláveis. Você não consegue fugir quando um deles se aproxima. Você voa junto, querendo ou não. Sim, ele destrói coisas mas também faz nascer outras novas e melhores. E ainda faz você ver valor em coisas que nunca tinha visto.

Que venha o furacão SXSW2015.

 

#SxswUoD, #sxsw_uod, #sxsw2015

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