Analógico vs. Digital

anadigi

kurb(Guest Post de Luciano Kurban, sócio e produtor musical da Voicez)

“Analógico vs Digital: : folclores, amadorismo vs. informação séria, profissionalismo”

Na verdade eu preferia outro título: “Chega de viadagem!”.

Tá na moda dizer que o som bom mesmo é vinil, fita magnética, synth analógico, etc.
Esse “hype“ continua sendo perpetuado pela turma do ”sangue-bom“.

E tome mitos, folclores, hipocrisia ou simplesmente ignorância e falta de informação.

A verdade é que quem gosta de tecnologia ultrapassada é amador.
Quem ralou profissionalmente na era pré-digital, pensa diferente.

Pra ilustrar o assunto, vou aqui relatar um típico caso de produção pré-digital.
Um remix. Por que remix?
Porque , o remix forcava uma produção para a qual não estavamos equipados.
O fato é que os DJs brasileiros queriam fazer a mesma coisa que se fazia nos EUA, Inglaterra, Alemanha, Bélgica.
Só que lá, os caras já dispunham de equipamento sofisticado e caro, que não tinha por aqui.

Se não me engano, só existiam dois sequenciadores/samplers digitais na face da Terra, na virada dos 80.
Um americano, chamado Synclavier, que custava a bagatela de 100.000 dólares.
E um ingles , Scenaria da SSL,  de 200.000 dólares.
O engraçado é que a memória deles ficava na casa dos megabites.

tesoura

REMIX NA ERA PRÉ-DIGITAL

Esse relato é baseado em fatos verídicos , coisas que eu vivenciei fazendo remix.

Antes de mais nada, um alerta.
É possivel que um leigo não vá entender absolutamente nada do processo descrito abaixo.
Não tem importância. Se der pra dimensionar o tamanho da encrenca, já tá bom.

Agora, o músico ou produtor que já nasceu na era digital vai dar risada :
“Não acredito , que trampo!!!! “
Que trampo, né ? Vê se agora você dá valor ao seu equipamento. Larga a mão de ser folgado.

ETAPAS DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE UM REMIX PRÉ-DIGITAL.
FUNÇÃO DO MÚSICO.

O processo em geral dava trabalho. Mas tinha coisa que passava do limite da paciência.
Nesse caso: “A virada de caixa“.
Acompanhe, etapa por etapa:

01. Primeira coisa era a base ritmica.
Era feita por um DJ fazendo back-to-back. É o que hoje a gente chama de loop.
Por mais hábil e preciso que fosse o DJ, é humanamente impossivel manter um clock perfeito na virada de uma pick up para outra.
Resultado: o andamento da música variava. Essa inconsistência vai dar dor de cabeça lá na frente.

02. Detectar o BPM (beats per minute ), o andamento da música.
Solta a base e cronometra quantos beats ocorrem em um minuto, geralmente riscando pauzinhos numa folha de papel.
Perdeu a conta? Volta pro começo. Nesse exemplo digamos, 120 beats por minuto.

03. Estabelecer a relação do BPM com valores de duração de notas musicais.
Num compasso quaternário (4/4) , conta-se 4 beats por compasso.
Se o andamento é de 120 bpm, cada compasso com 4 beats dura 2 segundos. E cada beat dura 500 ms ou meio segundo.

04. Uma vez definido o bpm, as notas e acordes vão ter que coincidir com o beat ou subdivisões dele.
A precisão ritmica é fundamental.
Nosso ouvido é pouco tolerante com imprecisão de tempo em música, especialmente na música pop ou eletrônica.

05. Todo remix que se preze , tem uma virada de caixa (ou várias ).
Nesse caso, vamos supor uma virada bem básica: 4 batidas uniformes dentro de um beat. Ta-ta-ta-ta.
Ora, se o beat dura 500 ms, cada batida de caixa deve durar 500ms / 4, ou 125 ms.
Lembre-se que estamos na era pré-digital.
Essa virada de caixa só pode ser obtida a partir da edição física de fita.
Veja o tamanho da encrenca que essa singela virada vai causar.

06. Normalmente , num estudo profissional a musica é gravada numa fita de 2 polegadas de largura.
Os gravadores de 2 polegadas dividem essa fita em 24 canais independentes.
Para uma gravação convencional, não tem mistério, basta ir gravando canal por canal.
Mas o remix é diferente. Remix usa fragmentos de música ou ruídos.
Nessa época, o único jeito era trabalhar com edição física de fita.
Porém o gravador de 2 polegadas não admite edição física.
Então, a pré-produção tem que ser feita num gravador de 1/4 de polegadas, que aceita edição.

Esses gravadores de 1/4 podem rodar em 2 velocidades : 15 ips ou 7 1/2 ips.
IPS = Inches per second, ou polegadas por segundo.
Digamos que, nesse caso , optamos por 7 1/2 ips ( a opcao mais economica ).
Nessa velocidade, cada segundo de musica gasta 7 1/2 polegadas de comprimento de fita

07. Polegada é uma unidade do sistema imperial, unidade que ingleses e americanos se recusam abandonar.
E todo equipamento de estúdio é americano e todas as unidades são do sistema imperial.
Só que no resto do mundo se usa sistema métrico.
As reguas aqui no Brasil, vem geralmente em sistema métrico: centímetros e milímetros.

Então, antes de mais nada, temos que converter as unidades.

1 polegada = 2.54 cm.
Sendo assim ,a velocidade do gravador que roda em 7 1/2 polegadass, em sistema metrico é de 7.5 x 2.54 cm , ou seja :19.05 cm por segundo.

08. Nessa nossa música em questão, cujo o andamento é de 120 bpm, uma nota inteira ou um beat dura 500 ms ou meio segundo.
Com o gravador rodando a 19.05 cm por segundo, um beat corresponde a um pedaço de fita igual a 9.52 cm.

dinos

09. Mas o DJ pede pro músico uma virada de caixa em quarto de nota, ou seja um quarto do valor do beat.
Fácil: cada batida de caixa deve correponder a 9.52 dividido por 4 , ou 2.38 cm de fita.

10. Como obter essa virada ? De onde vem o som ?
Nessa época não havia sampler nem livraria de som.
O DJ então, escolhia um som de caixa a gosto, geralmente furtado de uma música qualquer.
Gravava o mesmo som de caixa, repetidamente na fita de 1/4 de polegada.

11. Lembre-se que o DJ quer uma virada de quarto de nota, 4 notas por beat: ta-ta-ta-ta.
Sem problema.

12. Pega-se a fita de 1/4 de polegada onde estao gravadas as caixas, libera o mecanismo de play do gravador, vai virando carretel com a mão, até encontrar o início do som da caixa. Achou ? Beleza.

13. Pega-se uma tesoura, corta um pedaço de fita tomando o cuidado para que o corte da esquerda coincida exatamente com o início do som da caixa.
Pro lado direito pode dar uma folga, por enquanto.

14. Nesse momento vc tem um pedaço de fita magnetica de aproximadamente 3 cm.
Os 2.38 mais uma folga.
Mas estamos presos ao andamento da musica então não pode ser aproximado, tem que ser exato.
Então voce pega a régua, mede exatos 2.38 cm da esquerda pra direita e corta o excesso.

15. Beleza. Nesse momento voce tem um pedaco de fita de 2.38 cm onde esta registrado uma batida de caixa.
Basta agora repetir o processo mais 3 vezes a fim de obter as 3 batidas que faltam.

16. Agora vc tem na mão 4 pedaços de fita de 1/4 de polegada medindo 2.38 cm, cada uma com uma batida gravada

17. Vamos agora montar a virada. Basta grudar perfeitamente alinhados os 4 pedaços de fita com uma espécie de durex.
Parece fácil? Experimente grudar com durex, 4 pedaços de fita magnética de 2.38 cm de comprimento por 1/2 centimetro de largura, em perfeito alinhamento.
Ah! E mais! Tem que ser de luva, para não engordurar a fita.

18. Se o cara ainda não ficou louco e fugiu do estúdio, nessa altura vai ter em mãos 4 pedaços colados, medindo 9.52 cm no total.
Mas lembre-se que essa não é a fita definitiva. Essa virada vai ter que ser gravada no de 2 polegadas. Mas é impossível rodar esse pedacinho de fita no rolo do gravador.
Então, faz uma emenda num pedaço maior de fita, suficiente para dar pelo menos duas voltas no carretel.

19. Como a emenda é fisica, o gap entre os pedacinhos vai produzir um ruído, um click, um estalo indesejável.
Ai vem a malandragem. Solta o mecanismo de play do gravador, e fica esfregando o trecho gravado, pra lá e pra cá.
Essa manobra espalha fisicamente o óxido de ferro para os gaps. Se tudo der certo, o ruído vai ser “borrado” (ou blured , para quem mexe com photoshop).

20. Muito bem, agora você tem em mãos a virada de caixa registrada em um pedaço de fita de 1/ 4 de polegada, no tempo exato da música e sem ruido.
Mas o resto da música está registrada em uma fita de 2 polegadas. Tem que copiar para a fita final.

21. Aí é trabalho de equipe. Um cara roda o gravador de 2 polegadas, em play. No gravador de 1/4 polegada está a virada de caixa obtida com paciência de chinês.
Roda o 2 polegadas. Quando chegar a hora exata da entrada da virada, uma cara aperta rec no 2 polegadas e o outro dá play no de 1/4, onde se encontra a virada.
Acertou na primeira ? Claro que não. Lembre-se que nosso ouvido é intolerante a precisão rítmica. Na média, a gente acerta depois de uma 20 tentativas.

22. Beleza!!!! Já temos a nossa virada de caixa registrada na fita de 2 polegadas bonitinha, no tempo certo, sem click, perfeita.

23. Nesse momento, após horas de trabalho, você acabou de obter meio segundo de música.

24. Mas pera aí, estamos só no começo. Faltam as outras viradas, com diferentes divisões rítmicas. Sem crise, basta repetir o processo descrito acima, again and again.

24. Alguns dias depois , acabou a gravação. Agora a fita vai para o técnico mixar. DJ: “Quer acompanhar a mixagem? “Músico: “Não, beleza, vai aí,  já são 4 da manhã e eu tô morrendo de fome”

O músico chega de madrugada em casa, abre a geladeira, encontra meio limão seco, uma coca sem gás e um ovo.

COISA DE AMADOR

Pois é, uma tarde inteira pra produzir meio segundo de música. Hoje, a gente faz a mesma coisa em 10 segundos.

A cada remix, eu jurava: “nunca mais…”
Mesmo assim acabei fazendo megamix da Lisa Stansfield, Information Society, Divynils, Madonna e mais um ou outro que não lembro.

Agora você entende porque a gente que trabalhou nesses tempos não sofre dessa crise de nostalgia.
Nossa dose de tecnologia ultrapassada já foi mais que suficiente. Deixa essa onda de analógico, vinil, fita, pros amadores.

SAUDADES DO GINÁSIO

O problema não é gostar disso ou daquilo. De analógico ou digital. Vinil ou CD.

Enquanto fica no emocional, tudo bem. É gostoso mesmo manipular o vinil, botar a agulha, virar de lado A pra lado B, as capas grandes.
Tem gostinho de adolescência (nossa , essa foi gay…)
É até uma nostalgia simpática, subjetiva. Mas não tem nada a ver com som.

IGNORANCIA TÉCNICA – VINIL

Agora quando o cara resolve justificar seu amor pelo analógico com aspectos técnicos, ciência …aí fica ridículo.
Mesmo porque essas justificativas são um insulto ao conhecimento e especificações técnicas dos aparelhos.

Outro dia vi na tv um imbecil que se dizia produtor, vomitando toda a sorte de besteira sobre o assunto. O pior que o cara falava com certeza.
Entre as pérolas desse animal, umas são especialmente patéticas:

BESTEIRA #1 : DISCO DE VINIL TEM MAIS GRAVE QUE CD.

Na fabricação do master negativo do vinil o som é registrado por uma agulha que corta o metal gerando sulcos.
O movimento da agulha é complexo.
Esse movimento traduz o conteúdo da onda sonora.
As frequências graves dependem do movimento vertical.
O técnico que imprime o vinil tem que tomar cuidado com os graves, senão a agulha atravessa a massa e fura o master.
Então, por segurança, os graves são atenuados.
Os vinis importados eram feitos com uma massa de melhor qualidade possível.
E o discos dos índios aqui? A massa do nosso vinil vinha de fora, era o material rejeitado ou reciclado nas fábricas americanas.
Conclusão, a massa de baixa qualidade suportava menos movimento da agulha. Resultado: menos grave ainda.

Já o equipamento digital não tem limite de frequências. Obviamente o fabricante não vai imprimir frequências que extrapolem a audição humana.

JOHN LENNON E OS CACHORROS

Aliás, tem uma história pitoresca. O John Lennon era um gênio, musicalmente. Porêm, na vida pessoal deixava a desejar. Como se dizia na era analógica : um cri-cri.

Entre facetas menos nobres da sua personalidade, era tremendamente influenciável.
Lia alguma coisa em livro ou revista, não entendia direito e ficava repetindo por aí.
Na época da gravação do lendário Sgt Pepper, Lennon deve ter lido em algum lugar ou alguém comentou que os cachoros tem uma limiar de audibilidade para frequências mais extenso que os humanos. De fato, humanos só interpretam como som frequências de até 20.000 ciclos. E os cachorros até 45.000.

O dia seguinte entrou no estudio e pediu para que os técnicos gravassem, no final da última faixa do lado B do Sgt Pepper, um som audível apenas para os cachorros.
A frase exata era: “Quero que grave um som apenas para incomodar o seu cachorro“ (isso tá com cara de ideia da Yoko Ono).

Os técnicos educadamente disseram que isso não era possível.
“Sr. Lennon, aparelhos de gravação não possuem circuitos parar registrar frequencias inaudíveis para os seres humanos. São circuitos caros, que não teriam nenhuma função. Além do mais, o disco de vinil é incapaz de registrar frequências de tal magnitude, infelizmente.”

John Lennon ignorou solenemente a explicação e ordenou:
“Não interessa, eu sou o John Lennon, eu quero que vocês gravem“.
Os técnicos falaram “Tá bom, já que o Sr insiste”.
E mais: mesmo que fosse possível gravar e imprimir no vinil, que adianta? Nenhum aparelho doméstico ou profissional tem circuitos para reproduzir as tais altas frequencias. Cachorro não compra disco.
Bem, os técnicos devem ter gravado qualquer coisa ou vai ver nem gravaram nada. Não dá pra ouvir mesmo.
O John Lennon ficou satisfeito, ou vai ver, esqueceu no dia seguinte.
Olha, não sei pra quê cachorro ouve frequências tão altas, vai ver é só para agradar o John Lennon.

BESTEIRA #2 : DISCO DE VINIL TEM MAIS VOLUME

Volume é uma caracteristica de som , que deve ser entendida de forma relativa.
Nao faz sentido dizer que um som tem mais volume do que outro.
Quer mais volume , aumenta o botao do amplificador.

Toda midia tem um limite da intensidade que pode aguentar.
Digamos que a musica nao tem variacao de intensidade.
Quer mais volume , aumenta o amplificador.
Agora , se a musica tem um pico de volume isolado , esse pico vai determinar o limite.
Entao o resto da musica vai ter menos volume.
Por isso que na masterizacao de rock ou pop , o tecnico comprime toda a musica ,
foge dos picos como o diabo foge da cruz.
Musica popular , pop , rock com variacao de dinamica nao funciona.
Ja na musica classica , admite-se uma grande variacao de volume,
Passagens mais “piano” , contrastando com passagens fortes.
Essa variacao faz parte da linguagem da musica classica.

Em eletroacustica essa variaçao chama-se “dynamic range” .
Quer dizer : a diferenca de intensidade do som mais intenso pro menos intenso .
No cd o dinamic range é de 98 dB , no geral.
Por outro lado o mais sofisticado aparelho de vinil chega no maximo a 70 dB.
Quem entende um pouco de fisica do som sabe o quanto representa essa diferenca de 30 dB .
30 dB é , por exemplo é a diferenca de volume de gente conversando educadamente numa sala para
um show do Motorhead , na primeira fila.

Ou seja ,essa besta que falou que o vinil tem mais volume que o CD perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado.

IGNORANCIA FUNDAMENTAL

Esses equivocos e informacao tecnica falsa sao lamentaveis , mas … tem conserto

Agora , quando o cara fala que o som do vinil é mais “quente “….
Que é isso ??? Usou toxico ?

Mas tem pior : “ O som do vinil é mais “humano “.
Esse dai nao tem conserto , caso perdido , so nascendo de novo.

FITA MAGNÉTICA

E fita magnetica ?
Alguma coisa que se fala sobre fita magnetica até que tem um certo fundamento.

A fita magnetica tem um limite de quanto sinal de audio ela pode aguentar.
Os tecnicos e produtores , dao uma “forçada “,extrapolam esse limite sutilmente.
O que ocorre : Todo sinal de audio que excede o limite da midia sofre uma distorcao.
Tecnicamente , a onda fica achatada , e essa onda se traduz numa sensacao tipica
de audicao. ( ondas quadradas).
Especialmente na gravaçao de instrumentos graves , com o baixo , por exemplo.
Ai , eu concordo. O som do baixo eletrico vai muito bem com essa distorcao tipica da fita.
Fica um som , assim …mais…..humano ( oops! ).

E mais , a fita magnetica tem um ruido intrínseco , um “chiado” na regiao das altas frequencias.
Nao tem como se livrar dele. Esse ruido vem da movimentacao aleatoria das moleculas do oxido de ferro.

Toda informacao gravada na fita sofre interacao com esse ruido.
Como no conteudo do chiado prevalecem altas frequencia ,
o som da fita parece ser mais rico em harmonicos superirores.
Parece nao , fica fisicamente mais rico mesmo.

Isso quer dizer que um som é “melhor” que o outro ?

Sinceramente , nao vejo sentido em dizer que um som é melhor que o outro.
É simplesmente diferente.
Voce acha melhor ? Tudo bem .
Sera que nao eh costume ?

OLD HABITS DIE HARD

Ocorre que o som digital é relativamente recente.
Agora ,o som de fita magnetica vem de decadas.
A repetida audicao de musica com essa “cara de som de fita “ vai ficando cada vez mais familiar.E voce sabe que o ser humano gosta do “quentinho”, das coisas que conhece , previsiveis.
Entao , o pessoal da geracoes mais antigas ,em um “raport”
( olha ai , rasgando no frances ) emocional com o som da fita.

Como o som digital é totalmente desprovido de ruido de fundo , o pessoal da geracao 5.0 estranha .
Agora pergunta pra um garoto de 15 anos se ele prefere som de fita ou digital.
“O que tio ? ele pergunta sem tirar o focinho do celular . O que é fita ? “
E segue textando…

Agora ,eh perfeitamente possivel adicionar chiado e simular distorcao harmonica com equipamento digital.
Dá um certo trabalho , e requer um sofisticado conhecimento de eletroacustica.
Se for bem feito , duvido que alguem detecte a diferenca.
Agora se o produtor quermesmo aquele som tipico de fita , grava loga em fita , cacete
Agora , é bom ir se desapegando .
Nao se fabrica mais fita magnetica, as poucas que sobraram valem ouro.
E tem mané que paga.

TESTE CEGO

Se o cidadao declara que o som do vinil ou da fita é diferente ,
ele esta afirmando que pode distinguir um do outro exclusivamente pela audiçao.
Caso contrario ,o cara só ta a fim de aparecer.
Aquela estoria de passar uma imagem de superioridade , sensibilidade especial.

“ O som digital nao se compara com o analogico.
Inclusive , vou até o centro num sebo de discos comprar uns “vinis “.

Putz, agora o cara arrasou !!

Alem de ter uma sensibilidade diferenciada , ele ainda frequenta o centro da cidade ,
convive com a gente humilde , nao tem preconceito. Sangue bom ,é um cara do bem .
He , he…

O fato é que eu aposto que ninguem passa por um teste cego.
Bota pro cara ouvir sem ver , sem saber , uma gravacao digital bem feita , e uma analogica.

“Diz ai meu caro , qual que é uma , qual que é outra… “

Aí o cara vai passar vergonha….

De fato, nos primordios da conversao analogica- digital , a resolucao era limitada.
um ouvido treinado podia mesmo diferenciar.
Hoje, a resolucao da palavra digital e da taxa de amostragem é muito refinada.
Excede a capacidade de analise das estruturas do ouvido interno ouvido.

Entao , larga a mao de ser teimoso.
A diferença de sonoridade vem da gravacao ,de mixagem.
Analogico ou digital eh outro assunto.

EPÍLOGO

Bem em resumo : Pessoal, chega de viadagem. Já deu….

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