SXSW: A produção do tema do vilão Electro

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Uma das coisas mais importantes que aprendi, em todos estes anos de UoD, é a importância dos processos. Como cada experiência e referência que juntamos, em todas as áreas e momentos da vida, podem convergir de forma interessante para a criação de algo novo, algo que ajude a alcançar algum objetivo e o quanto também é importante cercar-se de pessoas mais experientes do que você em diversos assuntos.

Aquele velho ditado está certo: “não importa o destino e sim o caminho” (algo assim, né?).

Hoje tivemos uma amostra muito interessante que conseguiu juntar os principais tópicos do festival, interatividade, música, cinema e o que acabei de escrever, aí em cima, em uma única conversa.

Marc Webb, diretor da nova franquia do Homem-Aranha, contou (entre outras várias coisas) como foi o processo de criação da trilha sonora que acompanha o principal vilão do próximo filme do Cabeça-de-Teia, o Electro (papel de Jammie Fox). Ou seja: um pedaço de um pedaço de outro pedaço de uma produção gigante.

Foi uma surpresa boa.

Assim que saiu o trailer mais completo do filme, estranhei bastante a composição quando ouvi (estranhar não quer dizer que eu não gostei).

Assiste:

http://www.youtube.com/watch?v=OmaI1nInDOs

Webb e o renomado compositor, Hans Zimmer, queriam mesmo causar a tal estranheza que senti, queriam criar um tema que remetesse à eletricidade (claro) e impulsos eletromagnéticos adicionando mudanças de tempo e uma certa paranoia (traço do perfil do vilão) sem recorrer aos clichês e as repetições da música eletrônica. Para isso, cercaram-se de gente experiente e buscaram referências em antigas soap operas, em efeitos de guitarra, em mudanças de tons no instrumento, sintetizadores modernos e adicionaram estranhezas sentimentais de algo “incompleto” (a exemplo do cochicho da melodia vocal).

Aí você pensa: “Que viagem, né? É só uma música.”, mas é aí que está a graça em uma composição cuidadosa que, pelo menos, tenta passar algum sentimento.

O objetivo final é apresentar, através do tema, o desejo do vilão em ser ouvido e ser visto (parece que conseguiram) mesmo que subliminarmente. Tem muito de psicologia na produção.

Junto aos responsáveis estão a voz de Pharell Williams, aquele do chapéu e da música do Daft Punk, e a excelente guitarra de Mike Einziger, do Incubus.

Escuta o resultado:

http://www.youtube.com/watch?v=L_qHcuzFMPU

O que reforça o aprendizado daimportância da busca e coleção de referências variadas para que, em algum momento, você consiga ligar pontas interessantes que ajudem a criar algo novo (com bons apoios).

É bastante do que tentamos fazer por aqui e é bastante do que acontece neste caldeirão caótico e infinito que é o SXSW.

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