-No Brasil, a cada 28 horas um homossexual morre por conta da homofobia (assassinatos e suicídios).
-70% dos casos dos assassinatos de pessoas LGBT ficam impunes.
-Sete em cada dez homossexuais brasileiros já sofreram algum tipo de violência decorrente da homofobia.
-O Brasil teve 650 assassinatos homofóbicos ou transfóbicos entre 2012 e 2013, e desde 2008 concentra quase metade do total de homicídios de transexuais no mundo.
-Prá fechar, o Brasil “é o campeão mundial em assassinatos de homossexuais, sendo que a cada três dias um homossexual é barbaramente assassinado, vítima da homofobia.”
Quem diz isso não sou eu, mas o Grupo Gay da Bahia, estudos da Universidade de São Paulo e a organização Transgender Europe.
E também não precisa sair nas ruas pra ver esse tipo de violência diariamente, tá tudo lá no Facebook, no Twitter, na TV, no Congresso Nacional e em tudo quanto é lugar.
Prá quem não faz parte da população LGBT já é algo extremamente chocante. Você sentir na pele é pior ainda.
Lembram do episódio da “lâmpada na cara” na Paulista?
Então.
Criaram em São Paulo um coletivo chamado “Revolta da Lâmpada“, que justamente defende a equiparação dos crimes de discriminação por identidade de gênero e orientação sexual aos termos da Lei do Racismo. E também reivindica um Estatuto da Família que reconheça outros arranjos familiares além do casamento entre homem e mulher e a legalização do consumo medicinal e recreativo de maconha.
E a frase-título do post, “O Fervo também é Luta“, veio desse coletivo.
O próprio pessoal do coletivo explicou o conceito da frase em entrevista ao blog Lado Bi.
“O fervo é uma manifestação importante. Não falamos apenas com nossas bocas, falamos com nossos corpos e com todos os buracos deles. Muitas pessoas têm a ideia errada de que manifestação política tem que ser sisuda para ser levada a sério. Queremos mostrar justamente que é possível equalizar fervo e luta e passar de maneira artística uma mensagem política. Estamos propondo uma nova linguagem ativista, ampliando a perspectiva de como falar das coisas que nos afligem e que a política tem que dar conta disso.”
E isso foi o estopim de um projeto muito legal que faço parte.
__________________________________________
Recebo um WhatsApp de um amigo gay, dizendo:
“Cara, eu quero cantar um funk. Pega a letra aí, dá uma lida, e vê se tem jogo”.
Li a letra.
Uma paulada na homofobia. Direta. Sem rodeios.
Respondi:
“Vamos nessa”.
E um mês depois de muita produção, gravação, mixagem e masterização o resultado está aqui (e em mais 6 músicas que em breve virarão um EP).
MC Queer – Fiscal.
O release diz:
MC Queer é militância com batida. É um tom de voz para muitas vozes. É gênero de música sem gênero. É cantar o que precisa ser dito. É dançar até embaixo com muito glitter por cima.
Mas não é só isso.
MC Queer é uma voz gay que vai usar o funk como veículo para falar sobre homofobia, cultura queer e luta pelos direitos LGBT.
O projeto nasceu com cunho filantrópico e todos os envolvidos estão fazendo pela causa. Além de espalhar a mensagem nas músicas, a renda do disco destinada ao cantor será revertida totalmente para projetos sociais LGBT.
Eu produzi e mixei, o MC Queer fez a letra e cantou, e tudo foi gravado e finalizado no estúdio Sun Trip em São Paulo.
A música já está em todos os streamings e lojas digitais, inclusive bateu primeiro lugar no Top Viral 50 do Spotify Brasil, passando Justin Timberlake, Sandy e todo mundo.
Curtiu?
Aguarde que em breve teremos o clipe, outra porrada na cara da homofobia. Posto aqui assim que sair.
Tudo de bom,
Billy.
#FervoTambémÉLuta