O amor não nasce da noite para o dia. Leva tempo. Vem da alma, esse lugar tão profundo. O trajeto até chegar aos nossos gestos, atitudes, escolhas, lá fora, onde o corpo habita – bem, é uma travessia e tanto.
Como se uma rocha no fundo do mar ganhasse vida, rompesse com o seu destino imutável (e estático) de ser apenas uma rocha, adquirisse novas formas, crescesse vertiginosamente, para o alto, ao infinito e além, como quem busca ar puro para respirar fora d’água. Demora. Pode demorar uma vida. Mas a mágica acontece.
Finalmente, a rocha vê os horizontes diante dos seus olhos, diante de outra rocha. E já não suporta mais segurar o que sente. Explode. Inflama. Deixa escorrer o verdadeiro sentido de ter enfrentado um oceano para ser, enfim, um vulcão.
James Murphy é velho conhecido nosso. Quer ver? Veja Procurando Nemo, veja Os Incríveis, veja Vida de Inseto, veja Monstros SA. Ele estava lá, no time de diretores da Pixar. Agora, ele lança LAVA, seu curta-metragem. E, num curta, revela a longa trajetória de uma vida – a dele, mas que talvez seja também das nossas vidas.
Nessa busca incessante por amor nas relações, nos trabalhos, nos lugares certos, ainda que por vezes a gente se sinta tão preso ao fundo do mar como uma rocha. James Murphy é um daqueles caras que nasceu para lembrar que talvez o segredo não esteja em fazer o que a gente gosta. Mas sim transformar aquilo gente ama naquilo que a gente faz.
*Pedrinho Fonseca é convidado especial do Update or Die e do banco Santander durante o SXSW e veio a Austin com uma missão. Trazer um banco vermelho e convidar pessoas a sentarem nele. A contarem suas histórias. E, assim, descobrir um #bancodeinspirações.
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