Caramba, por que eu nunca saio bem em fotos?

[su_heading size=”26″ align=”left” margin=”0″]Descubra o real (e surpreendente) motivo pelo qual você nunca fica satisfeito quando se vê em uma foto. É tudo culpa do seu espelho.[/su_heading]

Se você é lindo e linda, sai fora. Esse post não é para você, leve essa sua simetria irritante para outro lugar, que o papo aqui é entre nós, os mortais.

Bom, você já passou pela experiência: todo mundo bem na foto, menos quem? Você, que saiu torto. De novo.

Esquisito.

Como é que tira isso do Facebook, hein? Quem deixou publicarem isso?

Afinal, por que sempre temos a impressão que saímos pior nas fotos do que realmente somos?

Nem tô falando de sair bonito, mas sair pelo menos normal, do jeito que a gente é, né?

Na vida real somos OK, mas é só alguém te mostrar em alguma foto que… “nossa, meudeusdocéuquéisso??!!!”

A resposta é surpreendente e vai fazer você se sentir melhor: a imagem que você considera a sua “real”, NÃO É.  É apenas aquela que você está mais acostumado a se enxergar: a do espelho. Só que a imagem que você vê no espelho é flipada (invertida) e quando você se vê em uma foto, sem estar flipado, estranha.

Ou seja, (como é que eu nunca pensei nisso antes!!) você tá acostumado com o seu rosto FLIPADO! Você fica mais confortável com o seu “eu”, invertido.

Vou explicar melhor.

Kim Ayres, um fotógrafo especializado em retratos, fez uma pesquisa com seus clientes e descobriu que 90% deles se consideravam os menos fotogênicos quando se viam em fotos de grupo de amigos e familiares. Quando ele flipava as fotos, todos afirmavam que “tinha ficado melhor”.

O que acontece é que quase ninguém tem um rosto absolutamente simétrico. Geralmente um olho é mais aberto que o outro, as sobrancelhas possuem um traçado diferente, as narinas não são idênticas. E quanto mais diferenças deste tipo a pessoa tiver, mais ela se estranha ao se ver flipada, porque o rosto fica diferente. Se você tiver uma marquinha logo abaixo do olho esquerdo, ao ver sua imagem flipada ela terá atravessado todo seu rosto, indo se alojar no extremo oposto, abaixo do olho direito.

É uma grande diferença, que pode até passar despercebida em um primeiro momento, mas a sensação de que algo está errado é imediata.

Veja a Monalisa, por exemplo.

mona

A da esquerda é a original, a que você está acostumado. A da direita, quanto mais você olha, mais acha estranha. O nariz tá esquisito, o rosto tá mais gordinho. E o sorriso, sua marca registrada com aquela levantadinha no canto, simplesmente ficou errado. Na verdade, o que acontece é que estamos mais acostumados com a Monalisa da esquerda, só isso.

Se ao invés da Monalisa eu tivesse usado a foto da minha tia que você não conhece (normal e flipada), não haveria preferência por nenhuma das duas porque você não estaria acostumado com nenhuma delas.

Pergunte para qualquer fotógrafo de casamento quais são as fotos que dão mais trabalho, e todos responderão que são as fotos de grupos. Quanto mais pessoas da família, pior, por causa do fenômeno da “auto-imagem flipada do espelho embutida na cabeça das pessoas”. Todas as pessoas da foto terão a mesma ilusão de ótica: vão achar que todos saíram normais, menos ela, que por algum motivo, saiu estranha. Internamente sentirá vergonha, a única da família que não é “fotogênica”.

E quando uma comenta com a outra “vocês estão ótimos, eu é que saí horrível”, a outra pensa “que nada, eu é que estraguei a foto”.

Fotógrafos de casamento chegam a se frustrar quando entregam os álbuns porque nunca conseguem agradar e – pior – a reclamação é geral.

Para comprovar esse divertido fenômeno você pode fazer 2 testes:

  1. leve fotos suas para o banheiro e veja se prefere a foto original ou a refletida no espelho.
  2. leve sua família para frente do espelho. Desta vez, todo mundo vai parecer esquisito, menos você.

Algo parecido acontece com as nossas vozes, quando nos escutamos em gravações. A referência que temos é a voz que ouvimos dentro do próprio corpo e ao ouvir uma gravação, fica diferente.

Mas saiba que o diferente é você, porque aquela pessoa que você vê na foto e escuta na gravação, que você acha que é uma versão esquisita sua, é na verdade o que o resto do mundo enxerga e escuta de você. Em outras palavras, o único iludido é você mesmo.

Bônus:

Depois de ler sobre isso, fiquei imaginando se a coisa pode ficar diferente daqui para frente. Se você parar para pensar, nós temos nos enxergado muito mais por fotos do que no espelho ultimamente. Quantas vezes você vê seu avatar por dia? Quantas fotos suas no Instagram? Selfies pra todo lado? Provavelmente a referência que estamos construindo nas nossas cabeças sobre a nossa própria imagem tem sido reforçada mais na tela do computador e do celular do que no espelho.

E aí não vai ter esse lance de estar flipado.

E mais: se o nosso avatar é a nossa imagem mais espalhada por aí, e vista adNauseun por nós mesmos, amigos e familiares, será que a nossa expressão facial também não ficará mais associada a nossa personalidade? Se o seu avatar é ultra sorridente, será que devagarinho isso não vai se impregnando na imagem que as pessoas tem de você? Ou se você tá lá de cara feia, bad boy e bad girl… será que essa imagem repetida não gruda na sua persona?

Esse assunto de persona digital, e o papel das nossas fotos na internet é bem mais profundo do que uma fotinho ali… pequenininha. Pode apostar, é bem mais que isso. Fica para um próximo post.

 

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