“Taylor Swift: Miss Americana”: Autonarrativa com capa de documentário

Existem três mini-filmes no doc de Taylor Swift da diretora Lana Wilson, que estreou no Sundance Film Festival, e está disponível na Netflix. O primeiro é o habitual documentário “ascensão de um fenômeno pop“, o mesmo tipo de filme que vimos de artistas como Justin Bieber e Katy Perry. Aqui está Taylor, aos 13 anos, tocando algumas de suas primeiras composições, aqui está aos 19 subindo as paradas de música country, e aqui está ela hoje, uma super estrela. Esse material é bom, na medida do possível, e certamente há muitas imagens impressionantes de Taylor Swift crescendo e cantando músicas.

O segundo segmento analisa algumas das tentativas que Swift teve que superar durante os 20 anos, enquanto ela equilibrava uma carreira como artista musical de renome internacional. Isso inclui suas lutas com um distúrbio alimentar, o diagnóstico de câncer de sua mãe, seus vários confrontos com Kanye West, bem como uma batalha legal em andamento contra o DJ David Muller, a quem ela acusou de agressão sexual antes de um show em Denver em 2013. É aqui que o filme de Wilson brilha. É genuinamente corajoso de Taylor Swift – um ícone pop que não tem necessidade real de compartilhar esse tipo de olhar da sua vida pessoal – para permitir que Wilson a filtre durante alguns desses momentos pessoais. Mesmo entendendo, enquanto assistimos, que poderiam expandir a narrativa desta história, o documentário ainda é somente de Swift.

Além disso, é o ponto que leva a uma pequena e agradável tese que une todo o filme, sobre Swift se tornar uma adulta e encontrar sua voz autêntica. Wilson, por meio de conversas com Swift, investiga profundamente o autoreconhecimento e reconhecimento de sua necessidade de aceitação – não apenas dos fãs, mas da internet, e essencialmente do mundo inteiro – que impulsionou sua ambição admirável, além de claros comportamentos negativos. O produto final é um projeto difícil e reflexiva para uma estrela pop, no auge de sua fama, para produzir e lançar.

https://open.spotify.com/album/1NAmidJlEaVgA3MpcPFYGq?si=cMCR4CVVTOO8JWP71XrHwQ
Doc com nome da faixa n. 7

OK, mas há a parte final, centrada em duas coisas: a gravação do álbum mais recente de Swift, “Lover“, e sua decisão de falar sobre política nas eleições de 2018. É aqui que o filme começa a parecer um pouco egoísta e até auto-congratulatório. Swift passa algum tempo conversando sobre direitos dos homossexuais, e oferece ao host de “Queer EyeJonathan Van Ness sua ajuda com qualquer coisa que ele possa precisar. Mas algumas dessas cenas parecem apressadas e forçadas. A única voz real que ouvimos contra Swift – se tornar pública – esta ligada a sua opinião sobre a deputada do estado do Tennesee (USA), senadora Marsha Blackburn, vem de seu próprio pai, e suas objeções são sinceras. Por fim, o filme não passa mais tempo nas políticas de Swift do que em sua rivalidade com Kanye, que recebe uma quantidade surpreendente de cenas aqui, considerando quanto tempo se passou desde que isso era culturalmente relevante.

Sinta-se lendo uma biografia narrada pela autora que ainda está aprendendo bastante com a vida, e não um documentário com impacto real de todo meio ambiente dos acontecimentos.

Terminar com política parece estranho, porque não é realmente o “centro” da história. Mas há material interessante em “Miss Americana“, e é realmente um olhar mais peculiar e (às vezes) interessante de uma estrela pop do que imaginamos.

Disponível agora na Netflix.

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