O grande câncer da humanidade

Pleno século 21 e a gente ainda tem que falar e sofrer por causa do racismo!

Fechamos a semana com um gosto de fel na boca, estômago embrulhado e coração sangrando por causa de dois terríveis episódios de racismo ocorridos nos EUA.

No primeiro, Amy Cooper, uma mulher branca, transgride a lei, transitando com o seu cão sem coleira numa área específica do Central Park dedicada à observação de pássaros.
Christian Cooper, homem negro, se aproxima para avisá-la das regras do local e pedir que ela ponha a coleira no cão, mas ela ignora seu pedido e liga pra polícia para fazer uma denúncia falsa de que ela e seu cão estavam sendo ameaçados por um afro-americano.

Já sabendo como as coisas (ainda) funcionam em seu país, Christian registrou tudo no seu celular.
O vídeo viralizou e foi parar no gabinete de Bill de Blasio, prefeito de Nova York, que se pronunciou em seu Twitter:
“Racismo puro e simples. Ela ligou para a polícia porque ele era um homem negro. Mesmo tendo sido ela que violou as regras, decidiu que era ele o criminoso e sabemos o porquê. Este tipo de ódio não tem espaço em nossa cidade.”
Embora tenha pedido desculpas na tv e afirmado não ser racista, no outro dia a mulher foi demitida.

O segundo acontecimento, em Minneapolis, esse com um desfecho trágico, envolveu o policial branco Derek Chauvin e George Floyd, um homem negro desempregado.

George, que era segurança em um restaurante, perdeu o seu emprego por causa da pandemia do coronavírus, assim como milhões de outras pessoas e tinha sido detido por pagar a compra numa mercearia com uma nota falsa de 20 dólares.
Mesmo rendido, imobilizado e sem oferecer qualquer resistência, o policial o sufocou com o joelho em seu pescoço por cerca de 8 minutes e 46 segundos, segundo testemunhas no local, que suplicavam que aquela cena de truculência parasse.

George Floyd não resistiu e sua morte revoltou milhões de pessoas ao redor do mundo, famosos e anônimos, que se posicionaram na internet e se engajaram em protestos ocorridos em várias cidades americanas.

Desmond Tutu

Depois de tantos fracassos e prejuízos em empreitadas desastrosas ao longo da História – como as guerras, o holocausto, lutas por direitos civis, a própria escravidão em várias partes do mundo – a humanidade aprendeu lições, mudou de rumo e alcançou inúmeros avanços em tantas áreas…. então por que episódios vergonhosos e dolorosos como esses ainda acontecem?!
Por que a cor da pele ainda é associada a caráter?!

Will Smith
“O racismo não está ficando pior, está sendo filmado”

A globalização e especialmente a internet nos mostraram que somos uma aldeia. Hoje sabemos o que acontece do outro lado do mundo em tempo real, então, mais do que nunca, essa insanidade de achar que existem seres superiores por causa de cor da pele, de títulos, de grana, duscambáu que seja, é um retrocesso inominável! Uma indignidade sem fim!
Nós dependemos uns dos outros, estamos irreversivelmente interligados e o corona vírus tá aí pra provar que não existe ninguém melhor ou acima do outro.

No mar de manifestações pedindo justiça no caso George Floyd, uma das mais tocantes veio de Keedron Bryant, um menino de 12 anos de idade que cantou o seu pedido em forma de um lamento poderoso que, esperamos com toda a força do coração, seja atendido.

 “Eu sou um jovem negro/ Ah, mas quando olho em volta/ e vejo o que está sendo feito com a minha gente/ todos os dias sou caçado como presa/ Meu povo não quer problemas/ Já tivemos luta suficiente/ Deus, me proteja/ só quero viver”.

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