Cannes Lions 2020 acontecerá em versão digital e de graça

O evento acontecerá entre 22 e 26 deste mês e basta se inscrever para ter acesso a 6 horas de conteúdo diário

Copia de Cannes 2020
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“É nosso presente para a comunidade criativa”.

Foi assim que Philip Thomas, presidente do conselho do festival, resumiu a iniciativa de transformar a edição deste ano do maior festival de criatividade do mundo em um evento totalmente digital e de acesso gratuíto.

O evento ganhou o nome “Lions Live” e vai acontecer nos mesmos dias que estavam programados para a edição tradicional: de 22 a 26 de junho. A organização chegou a cogitar fazer o evento no fim de outubro, mas acabou mudando de ideia, muito por conta dos debates e das discussões que rolaram pelas redes sobre temas atuais, como a economia pós-coronavírus e a questão da igualdade racial.

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Entre os palestrantes já confirmados para os debates online estão o rapper e produtor musical Wyclef Jean, Chelsea Clinton (filha de Bill e Hillary Clinton), o publicitário David Droga (fundador da agência Droga5, recentemente incorporada pela Accenture Interactive) e o brasileiro Luiz Sanches, presidente da AlmapBBDO (agência brasileira mais premiada no festival).

Segundo apurou o jornal O Estado de São Paulo (representante oficial do Festival no Brasil):

“Vamos ter uma variedade de formatos, de palestras pré-gravadas a debates ao vivo. Estamos misturando muito conteúdo, que ficará disponível nos dias do festival, mas também poderá ser acessado posteriormente”, disse Thomas.

Com a distribuição de Leões suspensa neste ano, diante das dificuldades de produção de campanhas por causa da pandemia, a parte competitiva de Cannes Lions ficará restrita a premiações relativas à década passada – com o reconhecimento, por exemplo, à agência de publicidade, ao grupo de comunicação e à marca mais relevantes dos últimos dez anos.

Além disso, o Lion de St. Mark, concedido todos os anos a grandes figuras do setor da criatividade, homenageará pela primeira vez uma mulher. Trata-se de Mary Wells Lawrence, hoje com 92 anos, considerada uma das representantes da “era Mad Men” da publicidade dos Estados Unidos. Ela começou a carreira em publicidade nos anos 1950 – em 1968, ao abrir o capital de sua agência, a Wells Rich Greene, tornou-se a primeira mulher a ser presidente de uma empresa listada na Bolsa de Nova York.

A escolha de Mary Wells vem para coroar a busca do festival pelo equilíbrio de gênero – um tema central das últimas cinco edições de Cannes Lions, que veio ampliando a presença feminina em seus júris, até atingir 50% de participação. Neste ano, segundo Thomas, não há como deixar o assunto da igualdade racial de fora do evento, uma vez que a morte de George Floyd, nos EUA, trouxe o tema para o centro do debate global.

Retomada

Por fim, a celebração dos trabalhos criativos estará representada por uma biblioteca de 200 mil peças publicitárias que também poderá ser acessada gratuitamente. Esse conteúdo histórico poderá servir de guia para a retomada da indústria pós-covid-19.

Para ajudar a preparar os profissionais para esse mundo novo, Cannes Lions também criou uma plataforma voltada ao treinamento, que também ficará disponível gratuitamente, chamada 42 courses.com.

Embora admita que é difícil prever qual será a “cara” da indústria criativa depois da crise, Thomas acredita que, em um cenário de cortes de verbas, é inevitável que as grandes produções criativas se tornem mais raras. Ou seja: sem muito dinheiro para gastar, o poder das ideias vai fazer, cada vez mais, a diferença.

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