Muito além do Free Fire, como a LOUD mira tornar-se uma gametech

No último sábado, 20, a LOUD chegou à final da Liga Brasileira de Free Fire e garantiu presença na Free Fire World Series

No mundo dos games e e-sports nem tudo é linear. Uma equipe pode ser uma produtora de conteúdo. Uma desenvolvedora pode ser a própria transmissora de um campeonato. E uma mesma organização pode disputar torneios, produzir conteúdos e desenvolver streamers e pro-players. Essa é a característica da LOUD. De acordo com o Twitter Gaming, em março, a organização, que possui mais de 11 milhões de inscritos no YouTube, 9,5 milhões de seguidores no Instagram e quase um milhão no Twitter, foi a mais tuítada no mundo quando o assunto é e-sports. No ano passado, a LOUD foi a primeira entidade de e-sports a atingir 1 bilhão de visualizações no YouTube.

No sábado, 20, a LOUD chegou à final da Liga Brasileira de Free Fire competindo com 12 times classificados. A equipe empatou com a Fluxo, do campeão de Free Fire Nobru e garantiu presença na Free Fire World Series, mundial da modalidade que será realizado em Cingapura, em maio. Criada em fevereiro de 2019 pelo streamer Bruno PlayHard e o empresário Jean Ortega, literalmente fruto de uma conversa na Disney, a LOUD começou disputando torneios de Free Fire, hoje, possui licenciamento, já desenvolveu parcerias com marcas como Fusion, da Ambev, além de formar streamers e pro-players. Em fevereiro, o jogador Gabriel “bak”, da LOUD, quebrou o recorde brasileiro da Twitch no ano com quase 507 mil espectadores simultâneos em uma live.

A startup de games e e-sports já organizou torneios de Fortnite, com prêmios de mais de US$ 100 mil e possui uma mansão de mais de mil metros quadrados em São Paulo.  Após o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) adotar o sistema de franquias, a LOUD passou a fazer parte da competição neste ano. Estima-se que o custo aproximado por vaga é de R$ 4 milhões. Bruno PH explica que a premissa por trás da criação da LOUD foi juntar o olhar de um influenciador para criar uma organização que tinha o conteúdo como foco. “A inovação de olhar para os games, pensando no tipo de conteúdo a ser produzido resultou na criação de algo que viesse ao encontro do que o público estava buscando. A comunidade já existia, o que fizemos foi despertar ela. A questão é que nós da LOUD nunca olhamos somente para um jogo ou para o cenário competitivo, olhamos para as pessoas que consomem esse estilo de vida.”

LOUD
No ano passado, a LOUD, em parceria com a Ambev, desenvolveu um collab de customização do energético Fusion

Neste 2021, de acordo com Bruno, o momento é estratégico para a empresa. “Estamos construindo vários pilares e a maior tendência é o reconhecimento do segmento de games e e-sports por marcas e anunciantes, o que vai trazer mais investimentos para o desenvolvimento de projetos que integrem cada vez mais o mundo online com o offline. Será um ano de superação, pois além de sairmos deste cenário de pandemia, teremos a volta dos eventos presenciais, que vai exigir uma logistica ainda maior para encaixar em nossas agendas, e com certeza vai exigir de todos maior profissionalismo”, destaca Bruno.

Em outubro do ano passado, em parceria com a marca Fusion, da Ambev, a LOUD participou de um projeto de cocriação que resultou em uma embalagem customizada de 1 litro do produto. A premissa foi aproximar e homenagear a Fusion dos fãs de e-sports, destacou na ocasião Daniela Dib, gerente de marketing da Fusion Energy Drink. No ano passado, após ter contratado a Bianca “Thaiga”, streamer de League of Legends, seu perfil no Instagram saltou de 285 mil, em julho, para os atuais 4 milhões de seguidores tamanha a capacidade de alcance da comunidade em torno da LOUD.

Matthew Ho, co-fundador da Loud, explica que o objetivo do negócio está em desenvolver talentos e criar marcas para entreter a comunidade em crescimento. “Focado em novas mídias e em plataformas digitais, fizemos uma parceria com a Twitch para avançarmos na transmissão ao vivo e na conexão com a geração Z. Nossos objetivos são elevar nossas experiências ao vivo, alcançar novos públicos e capacitar nossos talentos com as melhores ferramentas para monetizar suas carreiras da melhor maneira possível”. Além disso, a Loud desenvolveu sua própria sede no Cidade Alta, do GTA, em março do ano passado e estuda tecnologias que conectem games, negócios e conteúdo.

Leia outras matérias da série especial sobre organizações de e-sports no Brasil:

Campeã brasileira, Fluxo reflete o poder empreendedor do Free Fire

B4 e o poder da comunidade na profissionalização dos e-sports

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