Quando você ama seu emprego dos sonhos, será que esse amor é correspondido?

O que qualquer empresa, por mais legal que seja ou pareça, espera de seus colaboradores é resultado e produtividade.

Vocês viram a discussão sobre as demissões no Quinto Andar?

Não me importo com as especificidades do caso, mas sim com o aprendizado para uma carreira corporativa: se você ama a empresa onde trabalha, saiba que trata-se de um amor não correspondido. 

Organizações não amam. Nunca. Mas as pessoas tendem a se apegar à ideia de que são indispensáveis onde atuam, o que em raríssimos casos é verdade. 

O que qualquer empresa, por mais legal que seja ou pareça, espera de seus colaboradores é resultado e produtividade: escalável, repetível e substituível. A dependência é um risco que não podem correr. Sim, é triste, mas é verdade. Todo o sistema é construído para ser menos baseado em características individuais específicas. Ou seja, assim “as peças” são mais facilmente intercambiáveis, substituídas ou dispensadas. 

Tenho até um pouco de pesar quando vejo conhecidos apaixonadíssimos por seus cargos na firma X ou Y. Tudo bem, é válido desfrutar do momento. Talvez seja uma ilusão necessária e positiva, mas nem por isso deixa de ser ilusão.    

Por isso fico meio assustado quando vejo as declarações de amor no Linkedin e toda aquela babação de ovo organizacional. Na boa, eu realmente acho que as empresas deveriam pagar direito de imagem para fazer de seus funcionários garotos-propaganda. É desvio de função, não? 

O mesmo vale por parte das organizações, que investem em kits de boas vindas elaborados, criam ambientes de trabalho encantadores, festinhas, mimos e dinâmicas de integração. Esse investimento só dura na abundância. No primeiro perrengue, a farra acaba e todos os agrados vão para o espaço, junto com o emprego dos sonhos. Diferencial de verdade não é brinde, mas tratar as pessoas com dignidade mesmo quando tudo vai mal.

Nunca se esqueça, ser legal quando vai tudo bem é fácil. Você só conhecerá o verdadeiro caráter da sua organização quando tudo estiver mal. E pode ter certeza, o que menos importa nesse caso, é como você se sente, infelizmente. 

Escrevo esse texto porque há muito dinheiro disponível para investimento e as empresas crescem rapidamente, mas vai chegar um ponto em que a fonte vai secar, como em todo os mercados, os valuations serão corrigidos e veremos demissões em vários unicórnios adorados hoje. O que aconteceu no Quinto Andar é uma marolinha perto do que deve rolar em médio-longo prazo. Talvez seja uma boa ideia cultivar um “relacionamento aberto” onde quer que esteja.

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