Vou começar com uma confissão: tenho tido uma certa dificuldade com a banalização da palavra inovação. Pode ser que eu esteja ficando velha, mas também acredito que esta percepção se deve ao universo de traquitana sendo criada, sem que haja uma real solução acontecendo.
Neste caso que trago a seguir, fique comigo, porque é diferente.
Vejam vocês que uma montanha de conchas de vieiras descartadas cobriu um aterro sanitário na vila de Sarufutsu, no Japão. O subúrbio é conhecido por gerar cerca de 40.000 toneladas de conchas anualmente, derivadas de resíduos marinhos no processamento de vieiras para a indústria alimentícia. Em 2021, cessou a exportação das conchas para outros países com a finalidade de reaproveitá-las. O rescaldo fez com que as conchas de vieiras se acumulassem na aldeia, tornando-se um caixote do lixo gigante. Aliás, vale dizer que deixadas no chão, há um risco enorme de contaminação do solo.
Mas eis que a start-up japonesa Quantum se uniu a Sarufutsu Village e a agência TBWA HAKUHODO para buscar uma maneira criativa e inteligente de reduzir a quantidade de cascas descartadas na área. Limpas, pulverizadas e misturadas com plástico reciclado, as cascas foram transformadas em Shellstic (uma junção de casca e plástico), um material ecológico que pode ser moldado e usado da mesma forma que os plásticos comuns.
A partir desse material criou-se um capacete muito especial, chamado Shellmet, que imita a estrutura de nervuras das conchas de vieiras e que não apenas ajuda a reduzir as emissões de CO2, em comparação com a produção de plástico 100% novo, mas também aumenta a resistência do material acabado em até 30%.
O Shellmet vem em cinco cores, todas relacionadas ao mar: Coral White, Sand Cream, Ocean Blue, Deep Black e Sunset Pink. As vendas para o público em geral começarão em março de 2023 por JPY 4.800 – cerca de US$ 37 ou aproximadamente R$ 200.
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