ChatGPT e a educação que não precisamos

Aristóteles defendia que educar a mente sem educar o coração não é educação.

Aristóteles defendia que educar a mente sem educar o coração não é educação.

Me diga com toda sinceridade: na sua escola os temas criatividade, imaginação, socioemocional, inovação e empreendedorismo foram tratados com profundidade?

A escola comum sempre funcionou como um game pedagógico. Você se prepara para lembrar onde estão os desafios de cada fase, com uma prova assustadora que define tudo no final. Se falhar, volta ao início da mesma fase.

Passamos anos frequentando um lugar onde somos adestrados apenas a lembrar de ideias prontas de pessoas que nem sabemos quem são. Durante esse longo período, perdemos a capacidade de termos nossas próprias ideias.

Somos induzidos a desejar um emprego, e não a criar nossos próprios negócios.

Somos treinados para sermos passivos e não ativos diante da realidade.

Somos condicionados a aceitar as coisas como elas são, sem questionar o status quo.

Nossa carreira acadêmica parece um corredor para o abatedouro.

Terminamos o game “formados”, formatados para fazer apenas aquilo que está escrito em nossos diplomas.

Talvez isso tenha funcionado em um passado distante mas, hoje, existem mentes eletrônicas capazes de humilhar qualquer ser humano, independente de quantos diplomas ou títulos tenha acumulado.

As inteligências artificiais são inevitáveis.

Hoje, elas já são onipresentes, onipotentes e oniscientes.

Vivemos em um mundo que se permitiu ser controlado por um tipo poderoso de consciência digital.

Ela sabe de tudo, está em todo lugar e pode qualquer coisa.

E o mais interessante é que estamos muito mais encantados do que assustados.

Estudantes estão plagiando informações online, através de ferramentas como o ChatGPT, na esperança de enganar seus professores com trabalhos “originais”.

E estão tendo muito sucesso!

A educação que nos trouxe aqui é a mesma educação que não nos servirá para nada, daqui para frente.

Inteligências artificias são nossas inimigas?

Talvez sim, se continuarmos a permitir um estilo de aprendizado arcaico e limitante como o que nos sufocou até agora.

Uma escola revolucionária deve ser capaz de entender cada aluno, de forma individual. Ela deve estimular a criatividade das crianças, respeitando suas emoções, as quais são desenvolvidas de forma coletiva, promovendo a interação e a troca de experiências durante todo o processo de aprendizado.

Mais que isso, todas as ideias devem ser desenvolvidas sob a permissão de se questionar velhos conceitos conhecidos.

As novas gerações sempre trazem perguntas presas em seus corações, mas nunca têm a chance de se expressar em sala de aula, porque tudo já está planejado, sem espaço para um debate livre e saudável.

Criamos infinitas gerações de pessoas repetidoras, que têm medo de seus sentimentos.

Pergunte para si ou para quem convive ou trabalha com você se eles se acham pessoas criativas.

Nas reuniões em que você está, todos sempre se interessam e têm vontade de dar opiniões e questionar as ideias uns dos outros?

Infelizmente, o legado de uma educação de adestramento, aquela que recompensa a criança com uma nota ou uma estrelinha, só porque lembrou de uma informação que talvez ela nem acredite, é sombrio e imprevisível.

Se a educação convencional se baseia apenas naquilo que já é conhecido, ferramentas como o ChatGPT sempre serão um problema. O desafio é permitir a livre experimentação e o fluxo de ideias, quando professores ajudam seus alunos a descobrir possibilidades e ampliar a sua percepção sobre o mundo.

As IA’s são excelentes ferramentas se nossas crianças tiverem suas emoções organizadas e equilibradas, sendo usadas para desenvolver projetos colaborativos que privilegiam a criatividade coletiva para solucionar problemas reais.

As escolas precisam ser espaços onde o espírito empreendedor domine todos os propósitos de realização. O socioemocional inovativo pode revolucionar o mundo.

É necessário estimular a criatividade das crianças, permitindo que façam o máximo de perguntas, enquanto os professores usam essas mesmas questões para guiar seu trabalho como eternos mestres aprendizes.

Crianças emocionalmente equilibradas crescem para serem jovens e adultos que, na teoria, sentiriam vergonha de plagiar uma criação. Se você tem orgulho da forma como aprende e desenvolve suas habilidades, jamais trapacearia na hora de colocar a sua criatividade em ação.

Usar uma inteligência artificial não seria de todo ruim. A tecnologia digital não vai parar de evoluir, e as conveniências que ela cria para todos nós não pode afetar a nossa capacidade de superar nossos próprios limites.

Historicamente, as invenções humanas vieram para facilitar a nossa vida. E isso, ao mesmo tempo que nos ajuda a vencer desafios, acaba criando um senso de comodidade e alimenta a “lei do menor esforço”.

Agora que a criatividade humana nos brinda com ferramentas que nos ajudam a “pensar menos”, devemos nos questionar o quanto isso pode nos emancipar como seres humanos ou nos condenar à insignificância e inutilidade.

Conhecemos a educação que não precisamos, e a solução para esse desastre nunca será respondido por uma IA.

Serão necessárias emoções reais, perguntas que façam sentido e muita disposição para começar uma grande revolução feita de pessoas de verdade.

Eu perguntei ao ChatGPT se ele era uma ameça à educação, e ele me respondeu: Não, eu não sou uma ameaça à educação. Sou um modelo de linguagem desenvolvido para ajudar os usuários a obter informações e responder a perguntas. A educação é importante para o desenvolvimento e crescimento pessoal e social, e minha função é apoiar e complementar o processo de aprendizagem, não prejudicá-lo.

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