Um tour americano: Perrengues, glórias, e aprendizados

Na segunda-feira de Páscoa, dia 10 de Abril de 2023, embarquei para uma viagem que ficará em minha memória por um bom tempo. Com o meu livro autoral em mãos, o primeiro trecho do que eu acabei chamando de “tour americano” passava pelo o sul dos Estados Unidos, mais especificamente Atlanta, na Georgia, e Greenville, na Carolina do Sul. Dois berços das minhas aventuras quando morava no país estadunidense, em Atlanta para completar o colegial e em Greenville para cursar faculdade. Foram 6 anos muito intensos e desafiadores, mas extremamente gratificantes.

Na verdade, a primeira semana foi exclusivamente planejada para fazer a publicidade sobre meu livro, “Inner Wor(l)ds,” e para me reencontrar com antigos professores e colegas de classe. Em Atlanta, cheguei no mesmo dia que saí de Londres e fui recebido calorosamente pela mãe do meu ex-professor de inglês, Edward Ellis, que ainda atua na escola Benjamin Franklin Academy. A recepção foi realmente fora de sério, parecia que estava chegando em casa no Brasil após anos de ausência, tudo arrumadinho, casa e quarto de hóspedes limpinho e organizados imaculadamente para minha chegada.

Porém, logo após veio o primeiro perrengue: tinha esquecido minha mochila no táxi, com laptop, passaporte, carteira, tudo! Como se ela simplesmente não estivesse ao meu lado quando desci do carro. Enfim, até o motorista me avisar que ele tinha de fato a mochila e que ia devolver-la, passaram-se um dia e meio de muito sufoco e ansiedade. Mas ela foi devolvida sim! Imaginem perder tudo isso no meio de uma viagem. Qualquer um ficaria louco. Enfim, com o “package secured”, fui eu para minha universidade, Furman University, em Greenville, e para a Benjamin Franklin Academy, apresentar meu livro e falar de novas aventuras literárias e profissionais.

Revisitar esses lugares que não tinha estado há muito tempo foi algo muito interessante e nostálgico. Não pude parar de pensar tanto na BFA quanto na Furman, que fizeram e fazem trabalhos de Branding sensacionais para engajar seus alumni, ou ex-alunos. Isso vai desde os eventos que essas instituições planejam, até a rede de contatos que é criada quando um aluno vira um alumni–sou parte dessa rede, nas duas instituições! E certamente falar sobre meu livro foi uma experiência incrível, que honra poder servir de exemplo para futuros autores, escritores, artistas e pensadores.

Mas (houve sempre um ‘mas’ nessa viagem), viajar de um lugar para outro foi realmente exaustivo. Viajei de ônibus, e na volta para Atlanta em um desses vais e vens, o transporte simplesmente não chegou na estação. Resultado, tive que pegar um Uber de Greenville para Atlanta, uma jornada de aproximadamente 3 horas. 3 horas em um Uber, mas acreditem se quiser: conversa vai, conversa vem, a motorista era uma poeta! Conversamos a corrida inteira, e acabei dando meu livro assinado para ela, que foi um grande prazer para mim. Quem diria! E quão importante é conhecer de gente….fiquei pensando sobre esse tema enquanto discutia com a motorista. Como profissionais de Branding, é nosso dever entender sobre pessoas, sobre como cada um interage com o mundo, independente de sua profissão e classe social. É sempre se manter curioso para escavar os insights que importam quando estamos construindo marcas poderosas e influenciadoras. E foi isso que fiz com a motorista. Mal sabia eu que estava falando com outra poeta e escritora. Interação divina? Vocês que me digam.

Na segunda semana, nossa Head de Estratégia e Pesquisa, Jacqueline de Bessa, e eu fomos para Pittsburgh para ser treinados na técnica ZMET, pela equipe da Olson Zaltman e especialmente pela Vanessa Herman, chefe de treinamento da empresa. Foi uma semana incrível, desafiadora, e enriquecedora, Jackie e eu podemos dizer isso com muito certeza e paixão.

Conhecemos novos lugares, fizemos novos amigos, e conhecemos um pouco mais da cultura de Pittsburgh, uma cidade efervescente e ao mesmo tempo artística e histórica. Um dos highlights da nossa visita foi conhecer o museu de Andy Warhol, o artista e cineasta que cresceu em Pittsburgh e que se tornou o símbolo do movimento ‘pop art’ nos Estados Unidos durante a década de 60. E eu fiz charme e fiz minha própria versão de uma de suas poses mais famosas!

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O treinamento também nos fez pensar o quanto a técnica de ZMET é importante para nosso dia a dia e para a vida de nossos clientes e seus consumidores. O quanto conseguimos nos aprofundar em diferentes temas para realmente entender o que está por trás da cabeça dos consumidores, o que eles mais desejam e anseiam. E como conseguimos ir além da superfície com ZMET, um movimento necessário no nosso ramo de profissão.

E talvez (porque há sempre um talvez, um acima de tudo), o mais importante que aprendi com a Olson Zaltman foi o fato de que eles e nós da TroianoBranding somos muito parecidos, mesmo estando em diferentes lugares do mundo. Falamos línguas diferentes, temos diferentes culturas, mas algo único nos une e nos aproxima: a curiosidade incessante por pessoas. As ‘deep metaphors’ usadas pela Olson Zaltman são um grande exemplo dessas nossas verdades coletivas, estudadas a fundo pelo próprio Jung.

Entre perrengues, glórias, e aprendizados, sempre há um ‘forro de prata,’ para roubar a fala dos americanos. Os perrengues, como rugas no rosto de um idoso, sempre vão estar lá e são motivos de histórias, dão um bom “senta que vou te contar daquela viagem que fiz para os Estados Unidos em Abril do ano 2023.” Além disso, recontamos, Jackie e eu, as glórias do passado, e gostamos de reviver todos os aprendizados dessa viagem, que neste caso, certamente serão válidos muito após nossa chegada no solo estadunidense, quer eu esteja visitando minha faculdades como alumni, quer estejamos estudando juntos sobre Branding, metáforas e pessoas.

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