Deepnude, a perversão da Inteligência Artificial (IA)

A discussão sobre o uso da IA continua a crescer e o DeepNude, apesar de banido, ressurge. E dificilmente será diferente no futuro.

Nos últimos anos, a tecnologia vem avançando a passos largos e muitas vezes em ritmo acelerado demais para que possamos refletir sobre suas consequências éticas e de privacidade. Um exemplo disso, como era de se esperar, é a possibilidade de criar imagens de pessoas nuas com inteligência artificial (IA). Ou pior, inserir rostos de celebridades em imagens de pessoas nuas, uma prática chamada de DeepNude, que é a versão pelada, pelada e nua com a mão no bolso, dos DeepFakes. 

É mais uma prática que levanta a necessidade de se discutir questões importantes ligadas à Inteligência Artificial generativa.

Deepnude e Ética

Um dos pontos mais importantes a serem discutidos é a ética por trás da criação de nudes com IA. Afinal, isso pode ser considerado como uma forma de violação da intimidade das pessoas. Mesmo que a foto seja gerada por meio de um algoritmo, ela ainda parte do uso de imagens reais de indivíduos sem o seu consentimento.

Além disso, quem tem acesso a essas imagens? Como elas serão utilizadas? 

Outro aspecto ético a ser considerado é o fato de que a criação de nudes com IA pode ser usada como uma ferramenta para o assédio e a chantagem. É possível que pessoas mal-intencionadas usem essas imagens falsas como forma de extorsão, pedindo dinheiro para não divulgá-las na internet. 

Por fim, é importante ressaltar que a criação de nudes com IA pode reforçar estereótipos e preconceitos de gênero. Como essas imagens são geradas com base em um algoritmo, elas podem acabar perpetuando ideias pré-concebidas sobre o que é considerado atraente ou desejável para homens e mulheres. Isso pode ter um impacto negativo na autoestima e na autoimagem das pessoas.

Deepnude e Privacidade

Privacidade é o outro ponto que precisa ser levado em conta. Como mencionado anteriormente, a criação de nudes com IA pode ser considerada como uma violação da intimidade das pessoas. Além disso, é possível que essas imagens sejam armazenadas em servidores de empresas que não têm os mesmos padrões de segurança que uma instituição financeira, por exemplo.

Isso significa que as informações contidas nesses servidores podem facilmente ser hackeadas e acabar em mãos erradas. As consequências disso podem ser devastadoras, já que o vazamento de imagens íntimas pode ter um impacto profundo na vida das pessoas, incluindo danos emocionais e prejuízos profissionais.

O Deepnude

deepnude
IA entrega o que as pessoas pendem

O DeepNude é o DeepFake dos nudes. É uma prática que envolve a criação de nus falsos de mulheres por meio de manipulação digital de imagens.

Essa técnica foi bastante discutida em 2021 e é considerada uma violação séria da privacidade e dignidade das mulheres. O termo “DeepNude” se refere a um programa de computador que utilizava algoritmos de inteligência artificial para criar imagens realistas de mulheres nuas a partir de fotos vestidas, por meio de um processo chamado de “deepfake” (fusão de “deep learning” e “fake”).

No entanto, é importante ressaltar que o app DeepNude foi criado por um desenvolvedor anônimo e, devido às preocupações éticas e legais envolvidas, ele decidiu encerrar o projeto em 2019, removendo o software do site oficial e impedindo novos downloads. Embora o programa em si não esteja mais disponível, é possível que existam variações ou programas similares desenvolvidos por outras pessoas.

Medidas a serem tomadas se você for vítima de um Deepnude

Caso alguém seja vítima do DeepNude, é recomendável que sejam tomadas algumas medidas para lidar com a situação.

Uma das primeiras ações é recolher o máximo de provas possível, como fazer prints das fotos publicadas ou tentar identificar a URL da página em que a montagem foi divulgada.

Com essas informações em mãos, é possível procurar uma delegacia especializada em crimes cibernéticos ou um órgão responsável pela investigação de tais casos. A denúncia desse tipo de crime é fundamental para que as autoridades competentes possam investigar e responsabilizar os envolvidos.

Embora a tecnologia possa ter muitos benefícios, é importante que as empresas que a desenvolvem e utilizam levem essas questões a sério e trabalhem para garantir que a privacidade e a dignidade das pessoas sejam preservadas. Também é fundamental que essa regulação não seja imposta e/ou centralizada por orgãos governamentais, mas sim pelas próprias empresas. Consequências judiciais se aplicam, como na vida real – e podem ser investigadas por tecnologia (IPs, etc) e não por sistemas que podem trazer outras intenções para a regulação. Afinal, a tecnologia só pode ser considerada verdadeiramente avançada se for usada para melhorar a vida das pessoas e não para violar os seus direitos.

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