Brinquedos para as meninas? Casinha, fogão, panelinha, boneca e ursinhos. Será?
Confesso ter sido uma criança muito insegura. Não tinha tanto apego às barbies que ganhava, mas também não havia muito outra opção. Me libertava quando ia aos parques ou clubes, onde subia em árvores e praticava esportes. Eu vivia machucada, com unhas quebradas, cheia de roxos pelo corpo das quedas e trombadas. Por vezes ouvi que eu nem parecia menina.
O depoimento acima é meu, mas poderia ser o de milhões de outras meninas pelo mundo. Nossa cultura em algum momento determinou que brinquedos femininos precisam estar ligados à passividade, à vaidade e à subserviência, ao invés de inspirarem a criatividade, o senso crítico e o desenvolvimento de habilidades motoras. E isso é uma pena, porque sabemos que estes estímulos contribuem demais para o estereótipo social.
Quem entrou de forma muito proprietária neste assunto foi a Nike, ao trazer Andressa Alves como protagonista de um filme, onde a atacante da seleção brasileira compartilha ter perdido as contas de quantas bonecas ganhou, sem nunca ter pedido uma. Tal história ainda traz uma bola feita a partir de uma boneca pelas mãos da designer Elisa Sassi. Espie:
O segundo grande gol da Nike que eu queria mostrar para vocês é o que traz uma provocação no melhor estilo “Just do It”: “Não mude o seu sonho. Mude o mundo”. Nele, uma gartota visivelmente insegura é constantemente puxada e motivada a explorar suas ambições de atleta, enquanto sonha com o futuro ao lado das mulheres que admira, ao som de Joan Jett & the Blackhearts ‘Bad Reputation. Confira:
Por fim, vale ressaltar que a Nike não é patrocinadora da Copa do Mundo, mas claramente ja ocupou o território, à frente de ESPN e ABC (que transmitirão o campeonato), além de Sony e Adidas, que são patrocinadores oficiais.
Palmas para a Wieden+Kennedy .
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