Um guia para se perder no centro de São Paulo

Há tempos ouço a mesma pergunta de amigos que moram fora de São Paulo e vem pra cidade conhecer alguns dos nossos pontos turísticos: “Mas, me conta, onde é legal passear?”. E, há tempos, a resposta é sempre a mesma: vá ao Centro Velho, de preferência em turma e de preferência à noite, quando tudo está mais calmo e as luzes amarelas embelezam as construções. Você vai me perguntar: “Mas não é perigoso?”.  Sim, infelizmente é. Hoje, bem menos perigoso do que antigamente – mas ainda existem lugares que é melhor nem passar perto.

Pensando nisso (acho), os designers Fernando Östlund e Rafael Pavan desenvolveram um projeto de um guia por esse Centro como Trabalho de Conclusão do Curso deles na ESPM, em 2009. Confiram o site do mega projeto (clique aqui) e o Facebook da iniciativa (clique aqui).

Agora, cinco anos depois, lançam o ‘Triângulo São Paulo’, um híbrido de caderno de viagem e guia arquitetônico, que mapeia a região onde a cidade nasceu, ergueu suas primeiras paróquias e casas, viveu o surto de modernização financiado pela economia cafeeira na virada para o século 20 e começou a virar metrópole.

A partir de 31 pontos desse território, a publicação traça um percurso das muitas camadas de história acumuladas nesse pedaço da cidade. Entre a praça da Sé e os largos de São Francisco e São Bento, descobre desde traços das disputas entre Igreja e Estado no período colonial até histórias pitorescas da modernização, como a disputa pelo título de arranha-céu mais alto da cidade no início do século 20.

Sim, o Martinelli vale uma visita – mas desde que você saiba da história da construção do ‘bolo de noiva’, apelido dado pelo escritor Oswald de Andrade. Pasmem: muitos vizinhos venderam suas casas na época da sua construção, na década de 20. Acreditavam piamente que o prédio desabaria a qualquer momento. :)

O patrocínio? Claro, do Ministério da Cultura.

“Eu não preciso me achar no centro de São Paulo. Eu quero é me perder. As ruas que servem para o passo apressado do dia a dia transformam-se num delicioso mosaico de fachadas, histórias, detalhes, lugarzinhos, monumentos, hábitos, etc. É para esquecer o passo, o compromisso, o horário e curtir este triângulo embrionário da cidade. Mais que um guia para turista, é um guia pra conhecer o centro de novo, de velho, de sempre. Genial. Criativo. Fundamental”

Edu Vianna, mestre pela FAU/USP

Veja o vídeo:

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