Por Diogo Rodriguez, jornalista, comandou a divulgação e o conteúdo do Path 2015 e é criador do site meexplica.com.
Antes de qualquer coisa, me declaro altamente suspeito para escrever sobre o Festival Path. Vi o bicho nascer e o considero um sobrinho muito querido. Lembro de estar na sala da casa de um dos criadores com cinco folhas de cartolina e alguns lápis, quebrando a cabeça para montar a grade de palestras. Hoje, isso seria impossível.
Foi no Path que aprendi que eu poderia fazer coisas que nunca havia feito e ouvir coisas que talvez não tivesse a chance de conhecer caso continuasse na bolha da minha profissão – que, convenhamos, anda um pouco repetitiva nos temas do pessimismo, catastrofísmo e baixo-astral.
Foi no Path que ouvi minha mestra e amiga Ana Holanda dizer que o jornalista precisa se colocar nos textos e sentir o que o outro sente, não apenas relatar fatos frios ou fazer reportagens encharcadas no vício da nossa visão limitada. Lá, também bati papo com o Alex Poisé, da marca de roupas Sumemo, e longamente discuti o nosso time coração, o grande alvinegro paulistano do Parque São Jorge.
Tive a chance de perguntar ao Jair Oliveira se ele achava que os músicos estão afastados demais da política (ele acha que sim). Conheci o projeto The Machine to Be Another, do Philippe Bertrand,uma mistura de realidade virtual, documentário e máquina motivadora de empatia.
Nessa edição, vi o Path mudar de ordem de grandeza, sem perder sua essência: promover esbarrões amigáveis entre assuntos e pessoas vindos de mundos distintos. Da sala de casa aos seis andares do Instituto Tomie Ohtake, Museu A Casa, Praça dos Omaguás, Estúdio, Casa 92. O Festival Path cresceu, e muito.
E, com ele, crescemos todos nós que acompanhamos o processo de concepção, amadurecimento e desenvolvimento do festival. Me despindo de qualquer pretensão de fazer um relato imparcial, ou mesmo preciso desse primeiro dia, me limito a ficar embasbacado com a proporção alcançada E a pensar que, se não fosse pelo festival, eu não teria feito muitas das coisas que tive a chance de fazer desde 2013. Como escrever esse texto.
O Update or Die é apoiador cultural e de mídia do Festival Path. A nossa cobertura tem o oferecimento da cerveja SOL.
Nos vemos em 2016.
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