De volta a Scholé

Um assunto pelo qual me interesso de verdade é sobre novos modelos de ensino. E é sempre muito legal ver movimentos e escolas com propostas de trabalho e aprendizagem neste caminho. Algumas sugerem carga horária menor de aula e projetos fora da escola, outras sugerem vídeo como plataforma principal e tem até professor vestido de vaca! Todas surpreendentes e muito interessante. Honestamente, nunca fui muito fã do modelo tradicional de ensino, apesar de reconhecer sua importância e entender seu contexto histórico. Enfim, vou focar aqui nos novos modelos.

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Vou começar com a definição da palavra Scholé, que por sí só já nos indica um caminho muito interessante para todo o processo. Scholé: palavra grega que designa “lugar do ócio”, que deu origem àquela que, ao se traduzir, transformou-se em Escola. Isso mesmo! A palavra “ESCOLA” deriva do conceito “lugar do ócio”, e creio que ficará claro porque isso faz todo sentido.

Para entendermos melhor este conceito, vou citar aqui um texto do Hélio Schwartsman (Bacharel em filosofia):

“Para dissolver o paradoxo (entre a palavra escola e ócio), precisamos tentar entender melhor como os gregos viam o ócio, a “scholé”. Aristóteles, na “Política” (livro VIII, parte III), escreveu: ‘O primeiro princípio de toda ação é o ócio. Ambos (ação e ócio) são necessários, mas o ócio é melhor do que a ocupação e é o fim em razão do qual esta existe’.

Tanto para os gregos como mais tarde para os latinos, o ócio é o valor positivo. Não deve ser entendido como uma inatividade, embora possa também sê-lo, mas sim como o tempo que alguém gasta em seu próprio interesse.”

 

O tempo que alguém gasta em seu próprio interesse? Sensacional! Qual é a melhor forma de se aprender algo? Sempre foi através da experiência e isso acontece desde o dia em que nascemos. Quando bebês estamos sempre experimentando, principalmente os nossos interesses. Manter os alunos interessados passa diretamente por este conceito. Se fossem à escola para desenvolver uma atividade do seu interesse tudo seria infinitamente mais fácil. Isso é obvio! Mas na prática, infelizmente, não acontece. Ainda somos reféns dos tradicionais modelos de ensino, onde a sua vontade não é levada em consideração. Isso nos leva a um comportamento muito comum hoje em dia, que é o “DIY” (do-it-yourself), faça você mesmo. Tudo começou com a enorme disponibilização de informação, onde facilmente você encontra tudo que precisa, ou melhor, tudo que é do seu interesse. E seu próximo passo é partir para a experiência, para o fazer. Um processo de aprendizagem “puro”, empírico, e com certeza, muito mais eficaz.

O que está faltando neste processo do DIY? Um mentor. Alguém que domina este assunto do seu interesse e está disposto a te encaminhar neste processo, te guiar. Pronto. Temos um modelo diferente, algo que se aproxima muito mais das suas experiências de vida. Aqui vale um parêntese: não acho que deva mudar tudo de uma hora para outra, mas sim, que os processos sejam complementares, que possam (e devem) coexistir.

Falando sobre esses novos modelos, gostaria de dividir com vocês três links, três exemplos. Para quem quiser ler mais sobre o assunto e conhecer novos processos, vale a pena.

Estou dividindo isso porque acredito que possa ser muito útil para todos os nossos processos de trabalho, afinal de contas, estamos o tempo todo aprendendo e/ou ensinando.

 

Os links:

1º Exemplo:

Escola Perestroika

Experience Learning – eles abriram o processo de ensino que usam nos cursos. Achei tudo incrível. Inclusive explicam a metologia e como aplicam nos cursos. Destaque aqui para “o Treco”, que pode ser, por exemplo, o professor vestido de vaca! :-)

http://www.perestroika.com.br/experiencelearning

 

2º Exemplo:

Khan Academy

Nesse vídeo, Salman Khan (fundador da Khan Academy) explica como chegou ao seu método de ensino e porquê ele é eficaz. Apesar deste vídeo ser de 2011, a Khan Academy continua usando o mesmo processo.

https://www.ted.com/talks/salman_khan_let_s_use_video_to_reinvent_education

 

3º Exemplo:

Este vídeo tem aparecido bastante no meu facebook, muitos compartilhamentos, o que mostra que trata-se de um assunto que, de fato, chama a atenção de muita gente.

Crescimento do sistema educacional da Finlândia.

https://www.facebook.com/casadajoanna/videos/1131400443589180/?pnref=story

 

Coexistir! Acredito que essa seja de fato a palavra mais importante nesse processo. A transformação tem que acontecer, assim como vemos acontecer em outros cenários, diariamente. Por que não com o processo de aprendizagem? Vamos abraçar esta mudança! Vale ressaltar que não estou entrando no mérito do certo ou errado. Sei que existem vários materiais e críticas em relação a esses novos métodos e em relação ao processo cognitivo como um todo. Meu objetivo é apenas despertar a curiosidade e, principalmente, a reflexão sobre o tema. Recentemente tive a oportunidade de participar de um curso, na escola SandBox – Escola de Estratégia, que segue mais ou menos essa linha, com um formato mais descontraído e exercícios práticos em cada aula, e posso afirmar que o resultado é bem interessante.

Vamos conversar, debater e principalmente crescer juntos. Você já tentou mudar o seu processo de aprendizagem?

 

Reflete aí!

Abraço.

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