Dedos: nossos primeiros computadores

No meio da Segunda Guerra Mundial, uma jovem indiana apresentou uma de suas amigas para um oficial inglês. Ela era japonesa, mas foi apresentada como chinesa, já que seria imediatamente presa se revelasse sua origem nipônica. Desconfiado, no meio do encontro o inglês pediu que ela o ajudasse com uma conta rápida e foi o suficiente para desmarcará-la. Como ele descobriu? Pela maneira como ela usou os dedos para fazer a conta.

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Pergunte para uma criança pequena quanto é 3+4 e ela certamente sacará seus dedinhos para fazer a conta.
Um, dois, três. Mais um, dois, três, quatro.
O resultado em qualquer lugar do mundo será o mesmo 7, mas a maneira como os dedos são usados para fazer o cálculo, não.

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Aqui no Brasil a mão começa fechada e a conta começa pelo indicador, o número 1. Na França, o primeiro dedo é sempre o polegar. Nas Filipinas é o mindinho. E na Roma antiga também era o mindinho, mas dobrado.
A contagem com os dedos, nosso primeiro e mais antigo computador portátil (e digital), varia de acordo com a região, com a etnia e com o período histórico.

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O que para uns é o método mais óbvio, para outros é o mais estranho. Essas diferenças também são percebidas na eficiência de cada um desses métodos. Alguns povos conseguem contar até 10 com apenas uma mão, enquanto a maioria só conta até 5 mesmo. É uma diferença pequena mas ao mesmo tempo muito grande, já que dá para fazer contas com decimais. É praticamente um sistema operacional mais evoluído. Dedos 2.0
Em alguns lugares a conta começa com a mão fechada, em outros, com a mão aberta. Alguns usam até as dobras dos dedos, enquanto outros usam o básico dedo = algarismo.

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Dizem que a língua que aprendemos influencia na maneira que construímos nossos pensamentos e o mesmo é verdade para a maneira como construímos nossa lógica aritmética.

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Interessante como herdamos essas coisas sem nos dar conta de quanto tempo isso vem passando literalmente “de mão em mão”. Uma herança cultural tão simples, mas que foi nossa base das trocas comerciais durante milhares de anos, nossa primeira calculadora e início de toda simbologia que depois evoluiria para os alfabetos e línguas. Um gesto quase que natural de usar os dedos para contar, mas que ainda mantém tantas diferenças por aí.

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