Oi, Aure!

Chega a ser engraçada a casualidade desse mundão online. Há uns dias atrás eu estava tentando terminar o roteiro de um freela, sem sucesso, diga-se de passagem. Entre uma procrastinada e outra fui dar aquela checada nas notificações do facebook, quando me deparei com a seguinte imagem:

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Dei risada e achei que era mesmo um recado do universo. Salvei a página e depois de, finalmente, terminar o roteiro dei uma atenção para as ilustrações.

A cada post fui me apegando à aquele bonequinho pelado.

Auto-aceitação, crushs, amor, bads, catarses… Temas recorrentes e comuns na vida da maioria de nós, expostos de maneira tão sincera que é difícil não rolar aquela identificação com pelo menos algumas das imagens.

Conversei com o Aure por e-mail e pedi para que ele me contasse um pouco do que o levou a criar a página:

“..Eu estava passando por um período bem difícil, emocional e psicologicamente falando, e sentia falta de extravasar de alguma forma, daí eu comecei a me desenhar falando sobre essas coisas, porque dessa forma eu conseguia entender mais ou menos o que estava acontecendo comigo. E eu sempre me desenhava nu porque sentia que era uma forma de me mostrar vulnerável pras pessoas. Eu não só estava despido de roupas, como também todos os meus traumas estavam expostos ali. Foi aí que começou algo muito louco, porque quando você se mostra frágil pras pessoas a capacidade delas de se identificar com você é muito maior. É muito mais fácil você se ver na pessoa que tem defeitos e passa por aquela bad tremenda do que no eterno vencedor (e eu nunca fui muito bom em vencer). E nesse processo de falar diariamente das coisas que aconteciam comigo, as pessoas começaram a comentar, compartilhar, curtir o trabalho e me mandar muitas mensagens expressando essa identificação e de alguma forma tentando me dar um pouco de amor. Eu acho que o mais legal desse processo todo é receber esse amor de gente aleatória.

[…] Eu acho que grandes inspirações para os meus quadrinhos são a Sirlanney da página Magra de Ruim e o Éff, porque eles já desenvolviam um trabalho com uma pegada muito parecida quando eu comecei, além deles, também tem a Alison Bechdel, Ellen Forney que escreveram livrões densos de quadrinhos autobiográficos e, claro, a magnânima e maravilhosa Laerte Coutinho, de quem acompanho o trabalho desde que me entendo por gente”

O Aure é Aureliano Medeiros, de Natal. Além desse projeto, ele faz ilustração editorial e edição de livros na Editora Tribo, onde publicou seu primeiro romance ilustrado, Madame Xanadu, além das fanzines Diário Desenhado 1 e 2.

Abaixo deixo algumas das ilustrações. Você pode conferir mais do trabalho do cara na página do facebook.

clique nas imagens para ampliar e navegar pelo slideshow

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