Qual foi o pecado de Thanos?

Acredito que a maioria das pessoas assistiu à tragédia épica chamada de Os Vingadores, vivida pelos personagens do Universo Marvel.

Thanos, o principal vilão da história, tinha uma ideia na cabeça e sacrificou tudo para torná-la real.

Qual foi o pecado de Thanos?

Somos guiados por ideias que podem nos levar para o céu ou o inferno.

Os heróis sempre foram uma forma autêntica de representar a nossa humanidade.

Criamos seres como nós, que amam, odeiam, salvam e traem, mas com poderes para além de toda a nossa limitada capacidade biológica.

Por mais céticos que sejamos, de muitas formas, ainda assim existe uma voz dentro da gente clamando por um tipo de poder que só a imaginação pode criar.

Quando crianças é possível ter mães e pais como heróis.

Depois disso, abre-se um leque de infinitas possibilidades: jogadores de futebol, políticos, bandas de rock, mártires religiosos, atores e atrizes, escritores e pensadores, até criminosos, inclusive personagens de histórias em quadrinhos, e por aí vai…

Eu gostaria muito de colocar os holofotes sobre um personagem fictício: Thanos.

Acredito que a maioria das pessoas assistiu à tragédia épica chamada de Os Vingadores, vivida pelos personagens do Universo Marvel.

Thanos, o principal vilão da história, tinha uma ideia na cabeça e sacrificou tudo para torná-la real.

Ele acreditava, com todas as suas forças, que o universo precisava ser “consertado” e que a única forma de resolver o problema era matar a metade dos seres vivos, a fim de deixar tudo em equilíbrio.

Quando conheci a escritora Martha Gabriel fiquei encantado com as suas ideias.

Comecei a ler e assistir a tudo que encontrava sobre ela.

Um dos conceitos que ela mencionou em várias entrevistas foi que “a linguagem é o nosso sistema operacional”. Fiquei apaixonado. Pelo conceito… E por ela também!

Adoro gente que me faz pensar.

Imagine nossa mente como um supercomputador incrivelmente avançado, equipado com um sistema operacional pré-instalado chamado “linguagem”. Agora, pense nas ideias, conceitos, crenças e paradigmas como aplicativos que escolhemos “instalar” nessa poderosa máquina cerebral.

Parece intrigante, certo?

Recentemente, parei em um posto de gasolina para tomar um lanche. Vamos chamar de Cássio a pessoa que me convidou para sentar e debater o tema da tal “linguagem”.

O lanche de 15 minutos durou quase 4 horas.

Cássio, como bom palestrante, recortou e redesenhou ideias na minha cabeça de forma esplêndida. O cara tem um jeito de interrogar e questionar que faria um agente do FBI pedir arrego.
Interessante o conceito de instalar e desinstalar ideias em nossas mentes, como se fossem aplicativos. Nosso sistema operacional interno usa as informações geradas para organizar sua capacidade de interação com ambos os mundos: o interno e o externo.

Cada pessoa que conhecemos é uma oportunidade que a vida cria, como um pop-up chamando para um link desconhecido. Dependendo da nossa disposição emocional e da sofisticação do apelo, a gente dá uma oportunidade.

Nem todos os links vão se tornar downloads. Alguns, sim. Outros serão desinstalados muito em breve, mas outros ainda serão atualizados com frequência.

O que define isso é o quanto estamos preparados para a experiência e como ela mesma é proposta e desenvolvida.

Existem pessoas que estão em um nível de ideias que ainda não damos conta, pois o nosso sistema operacional não roda a atual versão do seu aplicativo. Não são melhores ou piores, apenas incompatíveis no momento.

Talvez seja esse o motivo de tanta discordância.

E quem sabe talvez a própria discordância seja o catalisador e o motivador das tais atualizações.

Quando as pessoas não se entendem é preciso achar uma forma de conectá-las. Nem sempre isso é feito de maneira pacífica, mas esse é o motor que move as pessoas para uma evolução possível.

Na Torre de Babel a coisa ficou feia só porque as pessoas não se entendiam mais.

Criamos aquilo que chamamos de “inteligências artificiais” a fim de traduzir, decodificar, simplificar e agilizar nossas vidas, porque nossas mentes já não conseguem mais lidar com tanta informação disponível.

Continuamos a ter ideias e a usar nossa linguagem para expor cada uma delas ao mundo. Inteligências artificiais ainda não têm ideias, e isso não sabemos até quando vai durar. IA’s pensam apenas quando nós escrevemos sobre elas.

Temos a tendência de humanizar tudo ao nosso redor. Acho que talvez facilite a nossa compreensão.

Criamos ideias e mitos. Heróis e vilões.

O mais interessante é que para a maioria de nós o que realmente importa é a motivação do vilão.

É ela que vai definir a densidade tanto do vilão quanto do herói. Esse último será tão bom quanto a profundidade das ideias do “cara malvado”. Seu poder e virtude dependem exclusivamente da sofisticação intelectual e emocional do seu nêmesis, ou seja, daquela pessoa com quem vai lutar.

O vilão é a chave para o destino do universo.

Quanto mais sombrio e assustador o seu arco, mas épica a história.

O pecado do vilão é não desafiar o herói a sair de sua zona de conforto.

Ideias são aplicativos que podem tornar a vida mais ou menos interessante. Cada novo desafio exige atualização a fim de garantir a solução adequada para cada desafio.

A vida é nosso maior vilão.

Como Thanos, ela nos enfrenta com ameaças a fim de melhorar e organizar as coisas. E é a nossa resistência que muda tudo. A vida é uma inesgotável fonte de problemas que devemos enfrentar para garantir sobrevivência ou extinção, literalmente.

O universo já tentou nos matar de muitas formas, mas ainda estamos aqui.

A realidade diária nos testa com infinitas tragédias, mas ainda estamos aqui.

Muitos aprendem e se atualizam. Todas as interações e experiências geram dados preciosos, que criam imunidade emocional e existencial.

A não atualização pode se tornar uma sentença de morte.

Não literalmente, mas ficar à margem da sociedade só porque tive todas as oportunidades do mundo e assim mesmo resolvi ficar preso a uma versão antiga, agarrado a ideias inadequadas, é muito triste e, sinceramente, desnecessário. Você não quer cometer esse pecado, certo?

A vida, como vilão, é apenas uma alegoria.

Ela nos desafia todos os dias, a fim de nos mover adiante, para que sejamos sempre pessoas melhores, com um olhar mais afiado, interagindo e trocando informações, com sensibilidade apurada e disposição para enfrentar uma versão da própria vida ainda mais sofisticada.

A forma como vemos a vida é uma possível senha para evoluir.

Quanto mais sofisticada nossa visão da realidade mais profundidade damos ao vilão, e isso exige mais coragem e determinação ao herói que vamos criar para enfrentá-lo.

Na hora de enfrentar desafios a vida pede criatividade, e o nível de inovação que vamos usar sempre vai depender do quanto acreditamos na sofisticação de nosso inimigo. Se acho que a vida vai pegar pesado eu me dedico mais e tento estar sempre 2 ou 3 passo à sua frente.

Somos guiados por ideias, e isso nunca vai mudar.

A eterna batalha interna.

Nossos heróis devem ser tão poderosos quanto nossos vilões. E quando não são, eles se unem para mudar o jogo.

Em Os Vingadores, Thanos vence. Sim, o vilão venceu.

E isso foi essencial para colocar nossos heróis para pensar, enquanto lamentavam tantas perdas, vivendo separados.

Cada dor serviu para alimentar a percepção de cada um envolvido naquela experiência que todos chamaram de derrota. Mas, ainda não tinha acabado.

A inesperada situação os fez imaginar novos cenários. A crise criou necessidades. A tragédia os colocou contra a parede. O cenário sombrio exigiu uma solução, mas ela não poderia ser trazida de um lugar conhecido. Ela viria de um lugar quase invisível. Quântico para ser mais exato.

O desfecho da grande epopeia do Homem de Ferro, Capitão América e seus amigos bebe do desespero. No momento mais crítico foi exigida uma abordagem completamente nova e arriscada. Todos tiveram que se reinventar para contribuir de alguma forma.

Literal e paradoxalmente, viajaram ao passado para ficar à frente do Vilão e superar o seu poder.

A vida nunca vai descansar. Durma e acorde sabendo disso.

Ideias nascem diante de problemas. Heróis surgem diante de vilões. Grandes desafios exigem grandes ideias. Grandes vilões exigem heróis maiores ainda.

Use a criatividade. Questione seus problemas. Coloque as coisas em perspectiva. Colabore. Atualize seu sistema. Baixe novas ideias, pois as Joias do Infinito estão espalhadas pelo universo e em cada experiências que você vive.

Onde você vai encontrar a próxima?

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