Milton Gonçalves e o poder das boas histórias. Com ou sem marcas

A reexibição de “Juntos a magia acontece” é um exemplo de que uma história que toca as pessoas é o que dá certo, sendo “branded” ou não

Ainda há quem, focado em métricas “novas” e já antiquadas, não acredite no poder do branded content.

Nesta segunda (30), perdemos Milton Gonçalves, um dos maiores expoentes da história da TV e da arte brasileira. E em uma justa homenagem, a Globo decidiu exibir na Sessão da Tarde desta terça (31) uma das centenas de obras em que o ator teve papel de destaque.

Para quem acompanha o mercado de marketing e publicidade, trata-se de “Juntos a Magia Acontece”, projeto em parceria entre Globo, The Coca-Cola Company e WMcCann, que no Natal de 2020 levou à emissora um conteúdo especial desenvolvido a pedido da marca como projeto especial de fim de ano. Mas para a audiência, que é quem importa (ou deveria) em qualquer iniciativa de um anunciante, é a belíssima história de um Papai Noel preto, o primeiro da TV brasileira, em um causo emocionante em volta de uma família típica do nosso País.

Para o mundo da publicidade, é uma iniciativa de conteúdo de marca que conquistou um Leão de Ouro no Cannes Lions 2021, entre tantos outros prêmios. Para o público, foi o “filme” visto por mais de 15 milhões de pessoas, atingindo o topo dos Trending Topics na ocasião, e que até hoje é procurado espontaneamente para uma reprise, ou tem uma cena dividida nos grupos de Whatsapp.

A escolha da Globo mostra que um conteúdo, quando criado e produzido com talento e inteligência, torna-se muito maior do que a marca que está por trás dele – sem deixar de carregá-la junto, assim como seus valores e recados. Com ou sem Coca-Cola, com ou sem verba de mídia envolvida, a decisão é uma justa homenagem por meio de mais um trabalho memorável de Milton Gonçalves, que se manterá vivo graças a registros como esse.

“Juntos a magia acontece” e sua reexibição emblemática na maior emissora do Brasil é um exemplo claríssimo de que uma boa história, que toca as pessoas, é o que interessa e que dá certo – sendo “branded” ou não. E que aqueles que trabalham na indústria publicitária e ainda acham que o logotipo em destaque, o “call to action” ou retargeting milimetricamente calculado é o que faz a diferença, cada vez mais serão esquecidos, naturalmente, pela história da profissão.

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