“Seja bonzinho” e mais duas coisas que aprendi no fim de semana do SXSW

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“Ter uma causa é o novo digital”. Algumas marcas ainda não perceberam, mas cedo ou tarde todas vão querer na sua comunicação um propósito maior que a venda de sabonetes.

O palestrante — Max Lenderman, ex-CP+B, atual School, eu nunca tinha ouvido falar — citou dados interessantes: 87% dos consumidores acham que as empresas deviam dar tanta importância para os interesses da sociedade quanto para seus próprios interesses. E só 20% são percebidas como fazendo isso. Tem uma oportunidade aí no meio.

Não é novidade, porque 9 de 18 Grand Prix de Cannes no ano passado foram para campanhas com um fundo “bonzinho”. Mas outros casos demonstrados no SXSW foram bem ilustrativos.

Como o projeto Warriors in Pink, da Ford, que apoia mulheres com câncer de mama. Não só eles criaram uma linha de roupa com os símbolos do projeto, como as pessoas começaram a TATUAR esses símbolos. Se já é difícil conseguir cliques em um banner, imagina tatuagem baseada em uma campanha de uma marca de carro.

Ou o projeto Ekocenter, da Coca-Cola, que purificadores de água para vilarejos em vários países do mundo. Esse projeto, aliás, foi iniciado pelo inventor desses aparelhos, que procurou um parceiro que estivesse presente em todo o mundo.

E o que todo mundo disse: só funciona se for autêntico. Acho que vai ser a parte mais difícil do desafio.

Segunda lição: coma bem e faça exercícios.

Não aprendi isso depois de um almoço tex-mex, mas com o enorme volume de conteúdo relacionado a saúde. O tema da palestra não precisa ser saúde: se for sobre inovação, frequentemente vai ter algo no meio relacionado a viver melhor.

Em termos científicos/tecnológicos, tem muito esforço sendo feito para ajudar as pessoas a viverem melhor. Desde a pulseirinha da Nike até estruturas robóticas pra ajudar tetraplégicos, além dos rumores do smartwatch da Apple que dizem medir até a hidratação do seu corpo. O assunto rola também num contexto não-científico, falando de meditação, mindfulness, yoga e afins.

Para mostrar até onde vai: tem um estande do app japonês LogLog (ainda em desenvolvimento) para você registrar seu cocô. Com ilustrações fofíssimas, dá pra escolher cor, formato, quantidade e tudo mais. No final, ele dá sua pontuação (!) e dicas de como melhorar.

Com toda tecnologia recém-lançada para medir sua vida (quantos passos você deu, como foi seu sono etc.), faz sentido que a atenção das pessoas se volte pra isso.

Terceira lição: tecnologia wearable é o tema da vez

Pelo número de palestras, dá pra perceber que o assunto gera muito interesse. Mas é legal descobrir que o tema está muito mais evoluído do que eu imaginava.

Primeiro, as pulseirinhas que medem atividade física (Nike, FitBit e Jawbone Up) e que muita gente usa. Depois, Google Glass aqui e acolá, com alguns smartwatches da Samsung por aí. Mas vai bem além.

Tem um projeto no Kickstarter de tecnologia wearable “criada por mulheres e para mulheres”: um bracelete com cara de joia, que te avisa sobre ligações, mensagens etc. Tem também o Ring, um anel que permite que você dê instruções como ligar a TV, mandar SMS ou pagar contas desenhando coisas no ar (Ou anel que se propõe a te ajudar a criar atalhos para tudo, até pagar as contas

Teve palestra do pessoal da CuteCircuit, uma marca de roupas tecnológicas. Tem uma saia que recebe tweets (usada pela Katy Perry em alguns shows), camiseta que mostra vídeos e uma hug shirt que transmite abraços e vai ser lançada nas próximas semanas. Soa bizarro, mas eles desfilaram na Semana de Moda de NY esse ano.

Pra finalizar, um cara escreveu um livro sobre tecnologia embeddable: um exercício de futurismo sobre coisas que vão dentro de você, em vez de serem apenas vestidas. Talvez seja esse o tema da vez em 2019.

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