Na madrugada da última quarta para quinta-feira, os Golden State Warriors superaram a maior série de vitórias da temporada regular da NBA com a 73ª obtida por 123 a 104 contra o Memphis Grizzlers. O recorde anterior pertencia ao Chicago Bulls de Michael Jordan da temporada 95-96. O sucesso do time se deve, claro, ao talento e à química da equipe toda, mas especialmente ao MVP da temporada passada (e, possivelmente dessa também) Stephen Curry.
Ok, sem novidades aqui: Curry joga muito. Mas você tem noção do quão fora da curva ele é? Literalmente?
Enquanto assistia ao jogo dessa madrugada, me lembrei de um artigo do FiveThirtyEight que li no final do ano passado. Ele mostrava como Stephen Curry, além de ser incrivelmente talentoso e preciso no jogo, pode ser o indicativo da revolução do basquete. Vou tentar resumir os principais e mais impressionantes números agora.
Stephen Curry é um exímio chutador de 3 pontos. Possivelmente o melhor que já se viu jogar na NBA. Ele ontem bateu seu próprio recorde de aproveitamento: chegou a 402 cestas de três contra 286 da temporada passada (sim, 116 a mais de uma temporada para a outra!). Mas ele também é um ótimo chutador de qualquer lugar. Prova disso é que, mesmo chutando muito mais do que nas temporadas passadas, sua eficiência aumentou. Essa temporada deve marcar o recorde da carreira dele em tentativas totais por 100 posses de bola (29.0 esse ano contra 25.1 ano passado) e nas tentativas de 3 por 100 posses: 15.5 esse ano contra 12.1 ano passado. Ele está acima da média da NBA em quase todos os lugares.
Mas, talvez, a estatística mais legal sobre isso esteja nos números de suas assistências por 100 posses de bola. Elas despencaram da temporada passada para essa (11.6 ano passado, 8.5 até novembro dessa temporada, sua menor taxa desde os 7.8 do seu ano de calouro). É possível dizer que ele está chutando as bolas que antes servia aos companheiros. E assim ele deveria estar fazendo mesmo: pelos números, Curry só deveria estar servindo outros jogadores se ele mesmo não pudesse chutar. E isso é raro.
Seguindo essa lógica, a eficiência do camisa 30 é tamanha que possivelmente alguns de vocês podem estar pensando: então, porque, o time não passa todas as bolas para ele chutar? Bom, primeiro porque o time todo é muito bom. É sério, os Warriors são melhores que a média dos times da NBA em arremessos. E segundo porque eles poderiam fazer isso mesmo, se quisessem. Porque Curry é uma curva a parte.
Vamos supor que o time decidisse mesmo dar todas as bolas para Curry arremessar, incluindo aquelas em que ele está marcado, longe da cesta ou com pouco tempo no relógio. O que aconteceria? Ele provavelmente ainda teria um aproveitamento maior do que a média. Os chutes ruins de Curry são melhores que os chutes bons da média da NBA.
No ótimo time em que ele joga, Curry ainda é o único desafiando as leis da eficiência.
Eu sei que todo artigo como esse tende a acabar com um “e prepare-se porque ele está ficando melhor!”. Mas dessa vez é sério: ele está ficando melhor! Mesmo.
Se Curry vai continuar esbanjando essa precisão nos arremessos e ganhando jogos para os Warriors, saberemos agora nos play-offs e nos próximos anos, mas, sem dúvidas, sua maneira de recalcular a matemática do jogo com arremessos certeiros é uma revolução no esporte.
Crédito da imagem de destaque: www.sportingnews.com
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