Esse aí em baixo é o francês Charles-Marie de La Comdamine.
Nasceu em família rica, se formou matemático.
Em 1736 decidiu montar uma expedição para navegar até o meio do planeta e medir a cintura da Terra.
Sua intenção era testar a teoria do Newton, de que a Terra não era uma esfera perfeita, mas sim um pouquinho mais gordinha na cintura. Foi assim que Charles embarcou em um navio na França e velejou por cima da América do Sul até descobrir o Equador, que ganhou esse nome justamente por causa da linha imaginária que divide o norte e o sul do nosso planeta.
Lembrei agora de um workshop que participei anos atrás, todo mundo se apresentando e tal, a garota ao meu lado disse que era do Equador. E o americano ao lado dela, com tom professoral de quem corrige até o lugar onde o outro nasceu, mandou essa:
“Equador não é um país. É uma linha”.
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Mas essa é outra história, vamos voltar pro Charles.
O francês ficou 10 anos inteiros mapeando a região. Tirou essa roupinha de francês bem nascido e se meteu no meio da floresta amazônica. Época de aventureiros e exploradores, um matemático de facão na mão, abrindo caminho pelo meio da selva amazônica, louco imaginar isso.
Bom, duzentos anos depois, deve ter aparecido um equatoriano com um pouco mais de inclinação para o marketing e finalmente o governo do Equador percebeu que tinha que valorizar essa história toda e se apropriar oficialmente da linha do equador perante o resto do mundo.
Decidiram levantar um monumento em Quito, pintar uma linha no chão e avisar os turistas. Um pulinho sobre a linha e você muda de hemisfério. Divertido! Como não pensamos nisso antes?
Em 1979 o monumento ganhou um upgrade: uma torre de 30 metros com um globo no topo, dentro de um parque que passou a se chamar “Mitad del Mundo”.
Olha como ficou:
A única coisa que não imaginaram, lá em 1979, é que os malditos turistas um dia viriam com GPS nos bolsos.
E não demorou muito até alguém descobrir que essa linha aí da foto está riscada a 240 metros de onde deveria estar.
A linha no chão tá errada.
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Quando as autoridades foram questionadas, explicaram que já sabiam disso desde o começo, mas justificaram explicando que o terreno onde o monumento foi erguido é mais plano e apropriado, e facilitava a construção.
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Por isso, caro leitor trotamundos, se um dia você for a Quito para conhecer a famosa Linha do Equador, procure por ESSE monumentinho:
É menorzinho, mais simplinho. Só um ou outro turista por alí.
Mas essa é a Linha do Equador.
“Calculated with GPS”.
O que acharia o velho Charles?
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