Você vai lembrar desse post na próxima vez que for ao banheiro

Quase ninguém pensa no vaso sanitário.

Ou melhor, quase todo mundo pensa no vaso sanitário, mas não nele, especificamente.

Bleargh, mas que assunto é esse? Vaso sanitário? Peraí, me dá 2 parágrafos vai.

Vasos sanitários são objetos tão cotidianos que tendem à invisibilidade. Estamos tão acostumados com ele que provavelmente você nem lembra quando esteve lá pela última vez.

Mas se você conversar com um arquiteto vai descobrir que essa poltroninha de cerâmica é fascinante. E muito mais do que uma simples necessidade (ou duas, no caso. Ou mais, sei lá).

Por exemplo: se não fosse pelo seu troninho querido e pelo intrincado sistema de tubos no qual ele está conectado, não existiriam prédios.

Não é louco pensar nisso?

Pô, aqueles moderníssimos arranha-céus de Dubai, o Empire State, o Petronas Tower… nenhum desses existiria se não fosse pela nossa poltroninha gelada de todos os dias. Afinal, estaríamos presos ao solo para sempre porque na hora do aperto, não daria para descer todos esses andares para ir até uma “casinha” do lado de fora, e muito menos usar algum acessório para depois abrir a janela e fazer tiro ao pedestre na calçada.

20130723_sky3Não fosse pelo vaso sanitário, não haveria nada disso.

Outro exemplo? Esse eu acho mais fascinante ainda: o OUTRO sistema intricado ao qual o vaso sanitário também está conectado: o pessoal, social, psicológico e antropológico.

two heads better than one

O banheiro é o local onde acontece a interação mais íntima entre humanos e arquitetura.

Em nenhum outro espaço arquitetônico você é tão humano. Mais que isso: como sabem os arquitetos, este é o local em que clientes estarão mais intimamente conectados com sua obra.

Na poltroninha gelada somos todos absolutamente iguais.

Uma oportunidade para lembrarmos dessa unidade não apenas com os outros humanos mas com a natureza inteira. Lembrar que apesar de toda nossa civilidade, assepsia e consumo sofisticado, ainda somos animais como tantos outros e a base da pirâmide do genial Maslow é mesmo quem manda em tudo e em todos.

Você pode ser a pessoa mais rica e poderosa do planeta inteiro, mas se a poltroninha gelada resolver te chamar, você vai. Ah, vai. É ela quem manda. E no tempo que ela resolver dar. Compromissos com ela NUNCA podem ser adiados. O único chefe que você com certeza vai obedecer sempre é esse.

Hospitais também têm esse poder de nos recolocar no devido lugar e fazer enxergar as coisas de um modo mais realista, mas os banheiros são nossa lembrança diária desse fato. Uma parte de você está intrínsicamente plugada no resto do mundo e de suas regras. Você é essa coisinha bonitinha e cheirosa, mas não por inteiro. Saímos da selva mas a selva não saiu da gente, é fato incontestável.

Banheiros são, cada vez mais, os últimos locais onde podemos ser o que realmente somos.

É o espaço arquitetônico onde corpos são restaurados, inspecionados e cultivados. O local onde o resto do mundo finalmente nos deixa a sós com nós mesmos para refletir, desenvolver e re-afirmar nossa identidade. Ou, como resumiu muito mais eloquentemente Jimmy Stamp, “o lugar onde você se vê chorando no espelho”. Ou ainda, onde nascem muitas das ideias de um profissional de criação, e muitas das músicas que você mais gosta. Não por magia, mas por puro sossego mental.

banh2Por que esse lugar tão pequenininho é tão importante?

Banheiros, chuveiros e vasos sanitários são lugares mágicos, sagrados (apesar de não parecer). É o seu refúgio, onde você pode ficar em paz com aquela voz tagarela que fica no meio da sua cabeça e que você abafa com o barulho da sua rotina apressada. No banheiro você não precisa do like de ninguém (por enquanto).

Por isso, da próxima vez que você atender ao magnético e irrecusável chamado, aproveite para lembrar quem você realmente É. Aproveite para dar um oi para o seu EU mais basicão, aquele que não aparece em fotos, que não tem avatar. Passe mais tempo com ele, deixe ele te lembrar que um dia você vai mesmo morrer, que quase tudo é na verdade muito pouco importante e que você tem muita sorte por estar vivo dentro de um equipamento muito mais sofisticado que qualquer smartphone, tablet ou computador. Faça a mesma coisa quando for namorar e aproveite para experimentar uma intimidade à dois. Experimente deixar o personagem de lado por um tempinho. Pendure a casca civilizada em algum cabide invisível e confie o volante à natureza.

Do refúgio do seu banheiro dá pra enxergar a vida de outro perspectiva. Não perca essa oportunidade.

Passe mais tempo no térreo do prédio mais bacana que existe: o do Maslow. E da próxima vez for ao banheiro, aproveite para realmente descartar tudo o que você não precisa mais e sair mais leve em todos os sentidos.

Para saber mais sobre a história dos banheiros, vasos sanitários e sistemas hidráulicos:

01. Smithsonian Mag: http://www.smithsonianmag.com/history/turrets-toilets-partial-history-throne-room-180951788/?no-ist

02. Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Toilet

Fica com esse mantra:

[toggle title_open=”I am That I am” title_closed=”I am That I am” hide=”true” ]
‘m not in this world
To live up to your expectations
Neither are you here to live up to mine, yeah

I don’t owe no one no obligation
No I don’t mean none
So everything is fine, fine

I said, “I am that I am, I am, I am, I am
I am that I am, I am, I am, I am
I am that I am, I am, I am, I am
I am that I am, I am, I am, I am”

Don’t underestimate my ability
Don’t definate my character
Don’t belittle my authority
It is time you recognized my quality

I said, “I am that I am, I am, I am, I am
I am that I am, I am, I am, I am”
I said, “I am that I am, I am, I am, I am
I am that I am, I am, I am, I am”

Learn to love to love your brother
Don’t covet your neighbor
Flee from the city it’s getting shitty
It is full of out-a-quity

I said, “I am that I am, I am, I am, I am
I am that I am, I am, I am, I am
I am that I am, I am, I am, I am”

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