Seu futuro é previsivelmente irracional

Ou, como a Economia Comportamental pode ajudar a entender sua forma de consumo.


Com o fim do Carnaval temos (finalmente) o início do ano.

carnaval

O comércio começa a se movimentar, o trânsito a piorar e a gente fica meio sem graça com nossas resoluções de ano novo, já que elas tem que começar a acontecer em algum momento.

Já repararam que nosso futuro “eu” é uma pessoa BEM melhor do que o nosso presente “eu”? No futuro, a gente consegue emagrecer, ficar rico e tomar todas as providências para ter uma vida cheia de saúde. Mas na verdade, somos muito mais imediatistas do que pensamos. Afinal, 2016 já chegou e seu presente “eu” é tão lindo, rico e interessante como você prometeu em 2013?

É aí que a economia comportamental entra. Enquanto a economia tradicional pensa em um mundo povoado por Homo Economicus, um ser completamente racional, frio e calculista, ignorando toda questão psicológica do ser humano, a economia comportamental, por usa vez, entende que o ser humano não é tão simples, nem tão racional assim.

Nós fazemos escolhas conforme nossos hábitos, experiência pessoal e senso comum. Os economistas comportamentais buscam, baseados em influências psicológicas, emocionais, conscientes e inconscientes, entender decisões individuais e dos mercados. Esse tipo de análise pode ajudar a prever nosso futuro.

Veja o seguinte e simples experimento: imagine ter a opção de ganhar metade de uma caixa de chocolates agora ou uma caixa inteira de chocolates numa semana. A maior parte das pessoas irá preferir a metade agora (especialmente se estiver com fome). Mas se a oferta for feita em termos de futuro, metade da caixa em um ano ou uma caixa inteira em um ano e uma semana, provavelmente as pessoas irão conseguir esperar mais uma semana (afinal, já esperaram um ano inteiro). Mas veja que a problemática é a mesma: esperar uma semana pela metade adicional de uma caixa de chocolate. No presente, queremos tudo ao mesmo tempo agora. No futuro, é super ok esperar uma semaninha.

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Dan Ariely, professor de psicologia e economia comportamental da Universidade de Duke e autor do livro Previsivelmente Irracional, afirma que nosso futuro “eu” é bastante estúpido. Ele usa o termo Ulysses Contract (Ulysses se amarrou na ponta de seu navio, para se prevenir de pular ao passar e escutar o belo canto das sereias), para explicar algumas atitudes que temos de nos prevenir do nosso futuro (e estúpido) “eu” como por exemplo:

  •      Desligar o wifi para terminar de escrever algo importante.
  •      Pagar adiantado o personal trainer.
  •      Não comprar sorvete para não ter em casa.

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Falando das novas tecnologias, de que forma conseguimos entender as inovações na seara da economia comportamental? Bom, como em tudo, a tecnologia pode nos levar a um bom ou mau comportamento. Será que o Apple Pay é uma forma de nos ajudar a nos comportar melhor com relação a nossas finanças ou é apenas uma ferramenta que nos induz a consumir sem pensar?

O desafio aqui é entender o comportamento irracional das pessoas na tomada de decisões e criar ferramentas tecnológicas para incentivar um bom comportamento. Pelo menos essa é uma atitude que esperamos dos nossos futuros “eus”, certo?

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