‘O Silêncio do Mundo’

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Ontem (quinta) foi dia de estreia no CCBB. E a sensação foi de se ter comprado um livro pela capa. Isso porque as fotos de divulgação, assinadas por Diego Bresani, são espetaculares (e vendem muito bem a peça)… já o espetáculo, em si, nem tanto.

Com um argumento um tanto raso na seara já batida da “Síndrome de Geração Y” — aquela que diz que você deve largar tudo e ir fazer o que sempre sonhou –, a peça se inicia. Ora constrangedora, ora tocante, a interpretação passa por falas como “O quê? Dinheiro? E você lá tem tempo de gastar o seu dinheiro?”, em um momento realmente emocionante no conjunto da obra: pose, impostação, iluminação e trilha. Ainda assim, o silêncio do mundo pedia um pouco menos de falas.

E, sim, aquela mulher desgostosa da vida se demite e parte em uma busca simbólica por um pai que sumiu, décadas atrás, no horizonte do mar. Para o palco deste sofrimento e desta jornada de autoconhecimento e satisfação humana, a direção de arte trouxe um espelho d’água que comportasse um barco estilizado de 8 metros de comprimento, com engenhocas muito inventivas que permitiam à atriz e bailarina — e ao público — a sensação maravilhosa e aterrorizante do velejar. A cenografia, porém, poderia ter sido menos literal, deixando para o público o exercício co-criativo do completar o todo — afinal, muitas vezes, esta é a graça do teatro. O que pode ter acontecido é a estética cinematográfica ter tomado conta da teatralidade que era esperada. Estética essa que também se percebeu nos cortes secos da trilha sonora e nas belas projeções.

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O Silêncio do Mundo

CCBB Brasília
De 18 a 28 de fevereiro, de quinta a domingo
Inteira: $10; Meia: $5

 

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