A J. Walter Thompson Intelligence realiza todos os anos um compilado de tendências para ficar de olho no ano que está por vir, o The Future 100. Por meio do site deles, o conteúdo pode ser baixado gratuitamente, em PDF.
As tendências para 2018 são divididas em dez tópicos: Cultura, Tecnologia e Inovação, Viagem e Hospitalidade, Brands e Marketing, Comida e Bebida, Beleza, Varejo, Saúde, Luxo e Lifestyle.
Nas próximas duas semanas, vou destacar aqui no UoD o que achei de mais interessante em cada uma das categorias – tanto para o bem quanto para o mal. Abaixo, seguem as tendências na área de viagem e hospitalidade.
Nômades globais
Já falamos aqui que os millenials estão criando novas possibilidades de carreira – essa é dada pelo estudo como uma das tendências de 2018, inclusive. Então, ainda dentro desse tema, entra em cena a ascensão dos nômades globais.
Na prática, ser nômade global significa não ter uma linha que divida trabalho e viagem: você trabalha pra viajar e viaja para trabalhar. É ter um emprego que você possa tocar de qualquer lugar do mundo, munido apenas de um notebook e uma conexão WiFi. Angelina Aucello, que escreve com o nome de Angelina Travels, define: “Na geração dos meus pais, o sonho americano era um emprego no banco. Se você conseguisse isso, sua vida estava feita. Minha geração tem como sonho ser livre, com a habilidade de trabalhar de qualquer lugar do mundo, de forma totalmente móvel e remota”.
A empresa We Work, por exemplo, nasceu justamente seguindo os passos dessa tendência: ela permite que os membros escolham entre mais de 200 escritórios espalhados por 20 países para trabalharem.
Mais por menos
Essa tendência também tem a ver com millenials (sim, sempre eles). A história é: essa geração gosta muito de viajar, isso é óbvio, mas também é mais consciente com grana e quer viver as experiências de viagem da forma mais em conta o possível. Isso, é claro, influencia diretamente a indústria de viagem.
Hoje, alguns millenials têm cerca de trinta anos. Ou seja, eles querem experiências adultas, mas ainda pagando pouco por elas.
O Take Public, um novo hotel de Nova York criado por Ian Scrager, do Studio 54, oferece uma experiência luxuosa na cidade a um preço acessível. No Reino Unido, o The Hoxton está aumentando suas instalações e aperfeiçoando-as, mas mantendo os baixos preços. Já na Europa, o U by Uniworld cruises lança neste ano a primeira linha voltada aos millenials viajantes, com atrativos como baladas, lounges no topo, estúdios de yoga, bares e cafés artesanais – tudo isso restrito a um público menos de 45 anos. A companhia garante que o navio é totalmente instagramável (qualidade importante para seu público) e suas diárias não passam de 250 dólares por dia. Eu, millenial que sou, ainda estou achando caro. Mas vale ficar de olho na tendência, né?
O boom do Airbnb
Essa é uma das formas de hospedagem que melhor reúnem custo e benefício hoje em dia. Diante do crescimento, a empresa planeja ampliar seus negócios daqui pra frente. A ideia é cuidar não só da hospedagem de seu usuário, e sim de sua experiência de viagem como um todo, concentrando no aplicativo ferramentas para reservas de restaurantes e programas turísticos, por exemplo, além de voos e passeios guiados por locais.
Já os boatos que surgiram em outubro de 2017 afirmando que a empresa iria construir apartamentos próprios do Airbnb são reais: o edifício de 300 unidades em Kissimmee, Florida, deve abrir ainda neste ano.
O estudo conclui: espera-se que, neste ano, o Airbnb evolua de aplicativo de reserva para o principal nome da indústria de viagens.