Quem dá mais, leva — a lógica monetária que rege o direito de transmissão dos maiores eventos esportivos do mundo fica ainda mais disputada em tempos de streaming, o mais recente player do mercado.
Orbitando na tangente de seu universo do e-commerce, a Amazon acaba de comprar, pela primeira vez, os direitos de exibição em território britânico de alguns jogos da Premier League.
Embora as partidas que a gigante tenha adquirido sejam relativamente “menores”, o que está em destaque aqui é a reestruturação de um business bilionario: essa é a primeira vez que uma companhia digital desembolsa mais para garantir exclusividade on e offline dos jogos — isso significa que apenas os clientes Amazon Prime UK terão acesso às partidas negociadas pela empresa.
Antes desse acordo, empresas de streaming já haviam trilhado caminho parecido, mas compravam licença apenas para o ambiente online.
Salvas as proporções, o episódio mais recente tem lá seu paralelo com o que a Sky fez décadas atrás, quando ainda era uma mera “empresa de satélite promissora”, e venceu toda a concorrência tradicional para levar ao ar a Premier League. Foi essa jogada que revolucionou o peso (e o lucro) da TV a cabo.
O acordo conquistado pela Amazon é um capítulo indispensável na “guerra” entre as gigantes do Vale do Silício e os estúdios mais consagrados do mundo, como NBC, Disney e outros.
Embora seja difícil prever como o mercado vai se comportar daqui pra frente, o melhor a fazer é ficar de olho no formato da cobertura implantado pela Amazon e na receptividade da audiência — a equação desses dois fatores vai poder dizer, com mais precisão, o que podemos esperar do futuro de eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Mas um palpite nosso? A Globo deve ter algumas dores de cabeça já nos próximos anos ao negociar campeonatos.
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