Mammoth e a sina de ser filho de rockstar

Jakob Dylan, Julian Lennon, Ziggy Marley, Dweezil Zappa, Dahni Harrison, Jason Bonhan, Zak Starkey, Nicholas Collins, Jason McCartney, Miley Cyrus, Harper Simon.

O que todos esses nomes tem em comum? Sim, seus sobrenomes. Todos filhos de ícones, grandes músicos e astros do pop que tem que mostrar ao mundo, todos os dias, que não são um CTLR+C CTLR+V dos seus pais.

Se isso já era uma dureza no cinema, no jornalismo, na propaganda e nos negócios, parece que na música a coisa piora um pouco mais. Mesmo que sem querer nós, fãs e ouvintes, exigimos dos filhos o mesmo briliantismo dos pais. E isso nem sempre acontece.

Muito deles tentam repetir a fórmula dos pais. Por exemplo, Miley Cyrus e Ziggy Marley surfaram no mesmo estilo (country e reggae, respectivamente) por um bom tempo, até encontrarem suas próprias vozes. Alguns emplacaram músicas no top 10 das paradas e tiveram até indicações ao Grammy, como Julian Lennon (filho de John Lennon obviamente) mas os comentários sobre a semelhança da voz e do jeito de compor do pai foram demais para ele, tanto que simplesmente, Lennon sumiu do mapa. Outros ainda , como Jakob Dylan e seu The Wallflowers já sairam com certa identidade no começo, embora não tenha emplacado tanto em vendas (250.000 cópias the One Headlight), mantendo uma carreira com altos e baixos.

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Wolfgang Van Halen, filho do lendário Eddie Van Halen

E por falar em baixo, os holofotes da vez se voltam agora para Wolfgang Van Halen, filho do lendário e mais influente guitarrista dos últimos 25 anos, Eddie Van Halen, falecido em outubro de 2020. O garoto Wolfie (como é chamado) foi o responsável por segurar o baixo do Van Halen na turnê de retorno da banda com o vocalista e também icônico Dave Lee Roth e também esteve nos dois últimos álbuns da banda ( A Different Kind of Truth e Tokyo Dome Live).

Wolfie poderia continuar tocando seu baixo em alguma banda ou tipo, abrir uma lanchonete. Mas escolheu justamente o instrumento que fez do pai um semi-deus, a guitarra. Arriscado.E no começo de 2021, lançou o primeiro dingle “Distance” da Mammoth.

Na verdade, em fevereiro de 2015, Eddie já anunciara que seu filho Wolfgang havia começado a trabalhar em um álbum de projeto solo. A gravação ocorreu no 5150 Studios do próprio clã Van Halen e durou até 2017. Mas, obviamente, o lançamento do álbum de estréia foi adiado, pois Wolfgang escolheu passar um tempo com seu pai, que já estava com a saúde em declínio.

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E quer saber? Mamooth soa muito bem. Uma mistura de hard rock bem pesado, com melodias muito grudentas. E o Wolfie canta muito, muito bem. Mas o melhor de tudo e, ainda bem, o Mammoth não tem nada, nada de Van Halen . O filho absorveu o gosto pela boa música do pai e não o virtuosismo. E nem dava para exigir isso dele. O álbum foi muito bem recebido e ganhou da maioria dos sites de música 4 a 5 estrelas. Vale esperar que o pequeno – agora grande – Wolfie contiunue nos supreendendo.

Ser filho de alguém famoso não é garantia de sucesso. Mas também não precisa ser garantia de fracasso. O que mostra que no showbiz ou na vida, filhos não precisam ser sombras, nem reflexos dos pais. Podem ter luz própria. Mas precisam construir isso sozinhos. Mesmo que para isso, o brilho dos pais tenha que se apagar.

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