Reflexões sobre o Cannes Lions

Vou dividir alguns pontos que me parecem relevantes aqui com você. Levei um tempo para elaborar, mas, saiu. Ufa!

A La Croisette é um dos meus focos no meio do ano mesmo quando eu não posso ver de pertinho aquele mar estupidamente azul da Riviera Francesa. Pois é, galera! O Cannes Lions aconteceu de 19 a 23 de junho. Curto muito o evento e já estive in loco em algumas edições. Hoje, gosto de acompanhar a cobertura e tirar as minhas conclusões, pois é um evento que reúne a nata dos criativos e anunciantes. Importante ficar de olho.

Vou dividir alguns pontos que me parecem relevantes aqui com você. Levei um tempo para elaborar, mas, saiu. Ufa! Vamos lá:

Tecnologia

As marcas estão superatentas às possibilidades da tecnologia. Uma das coisas mais interessantes que li foi sobre o projeto de inteligência artificial da Shiseido. A empresa formou uma joint venture com a Accenture há dois anos para acelerar a transformação digital por meio da análise de dados. A iniciativa resultante dessa parceria já está sendo usada no Japão e é tão inusitada quanto apropriada: o Beauty DNA Program é um programa no qual as consumidoras recebem um kit de teste que usa a saliva para determinar as necessidades da pele. A inteligência artificial identifica 27 categorias diferentes.

Ao mesmo tempo, como era esperado, o tema inteligência artificial, que ganhou tanta popularidade esse ano, foi um dos destaques das palestras que aconteceram durante o festival. Não me parece que fomos muito além do que já foi debatido até então. Eu fico somente com a frase de Jensen Huang, CEO da Nvidea, que enfatizou que conteúdo infinito não significa criatividade infinita. “Vocês ainda precisam fazer seu trabalho”. That’s it!

Ainda na temática tecnologia, temos o metaverso. A Lego Group e a desenvolvedora de jogos online Epic Games juntaram-se para desenvolver projetos para o ambiente virtual. A ver!

Simplicidade

Parece que o hi-lo foi a tônica na Cotê d’Azur. Ideias simples e eficientes são sempre debatidas e valorizadas no evento. Nessa linha do poder da simplicidade, o Brasil foi destaque trazendo para a casa pela segunda vez o Prêmio Titanium, que é um reconhecimento das campanhas que exploram a mídia e a tecnologia de formas diferentes ao abordarem causas políticas, darem voz a movimentos sociais ou simplesmente ao serem divertidas.

“Bring Home the Bud”, criado pelas agências W+K Nova York, W+K São Paulo e Africa Creative para a Budweiser, foi coroado com um dos quatro troféus da principal categoria do Cannes Lions. A ação foi uma resposta à proibição da venda de cervejas durante a Copa do Mundo no Catar, quando a marca, patrocinadora oficial da competição, doou todo o estoque destinado ao evento para o país vencedor do torneio.

Esse prêmio deve ter um sabor muito especial para nós, pois a primeira vez que conquistamos um Titanium foi em 2013, quando a campanha “Retratos da Real Beleza”, da Ogilvy para a Dove, marca da Unilever, levou o Grand Prix da área.

Futurologia

A WGSN, empresa de tendências, apresentou o relatório Future Consumer abordando quatro perfis e consumidores que devem movimentar os negócios em 2025.

– Niilistas: contemplativos, inconformistas e em busca de significado.

– Reducionistas: depois das experiências de isolamento social durante a pandemia, esse grupo valoriza soluções e negócios que estimulem conexões e valores compartilhados.

– Guardiões do tempo: esse é o perfil que descobriu o valor inestimável do tempo e quer investi-lo em experiências que, de fato, façam sua vida mais rica e interessante.

– Pioneiros: esses têm predisposição para o risco e interessam-se por novas ideias e produtos que solucionem problemas e tornem o mundo virtual e físico melhor.

Interessante, não?

Os dramas das grandes anunciantes

Com marcas longevas nos seus portfólios, grandes anunciantes como P&G e Unilever também têm desafios grandes no cenário de mídia atual. Sem muitas delongas, destaco duas frases dos executivos dessas empresas durante o festival.

“Fazer crescer o mercado é o que incentiva a mídia, faz crescer a economia e a inclusão. E isso é bom para os negócios e para a sociedade”, Marc Pritchard, chief brand officer da P&G.

“Seja real, faça bem e seja imperdível”, Conny Braams, chief digital and comercial officer da Unilever sobre a receita da empresa para manter a relevância de suas marcas nos tempos atuais.

Todd Kaplan, CMO da PepsiCo, falou da importância de se pensar em meios de conquistar mídia espontânea muito antes da paga. Corroborou o que já venho abordando por aqui.

Posto tudo isso, reforço que tanto grandes, quanto médios e pequenos anunciantes precisam fazer a lição da mídia espontânea e estimular o boca a boca.

Photo by No Revisions on Unsplash.

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