Ursula K. Le Guin e a liberdade na literatura.

Se o mercado literário brasileiro é alvo de críticas, que dirá o americano?

Os Estados Unidos ditam a cultura nos mais diversos segmentos e na literatura não é diferente. Muitos imaginam que do alto dessa supremacia, o conteúdo que dita a moda nos States é desenvolvido sem exigência.

Meus caros, a exigência existe. E, mais do que isso, ela dita a maneira com que o conteúdo é produzido e distribuído. Felizmente, uma autora com as costas encurvadas, um sorriso tímido e fios grisalhos na cabeça resolveu criticar esse cenário abertamente.

Após ser homenageada no National Book Awards e chamada ao palco para discursar por ninguém mais, ninguém menos que Neil Gaiman, a autora Ursula K. Le Guin, referência na ficção científica e criadora dos fantásticos Mão Esquerda da Escuridão e Os Despossuídos, decide utilizar seu espaço não só para agradecer o apoio de fãs, autores e críticos, mas para criticar as diretrizes do mercado literário nos Estados Undos

Ao analisarmos o que tem feito sucesso no Brasil, vemos como nosso perfil de consumidor se baseia no do americano. Tivemos uma explosão do segmento que Ursula chama de realistas com os livros de John Green e o tão comentado – seja para o bem, seja para o mal – Cinquenta Tons de Cinza. Com isso, os autores da literatura fantástica, fadados ao estigma de subgênero e constantemente marginalizados, perderam espaço. Podemos notar o mesmo acontecendo no Brasil e, por isso, a crítica de Ursula K. Le Guin nos cai muito bem, obrigado.

“Vamos precisar de escritores que possam se lembrar da liberdade”, Le Guin diz. E isso resume toda a crítica da autora ao cenário atual da sociedade: preferência pelo lucro e o dano que isso pode causar à arte.

O discurso foi realizado no ano de 2014, e pode ser conferido a seguir.

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