Nos dias de hoje, o mundo religioso precisa se adaptar ao secularismo para não perder seus fiéis, o contrário também deve ocorrer: o mundo secular também deve adentrar (dentro dos seus limites) no fundamentalismo religioso.
Foi o que a companhia italiana de luxo Dolce & Gabbana fez neste ano. A marca lançou sua primeira coleção dedicada às mulheres muçulmanas. A mesma foi intitulada de Abaya, nome que faz alusão às túnicas escuras que cobrem todo o corpo, e são usadas por algumas das mulheres do Islamismo.
A coleção contempla túnicas (abaya) e véus (hijab) elaborados especificamente para ocasiões especiais. Predominam tons escuros, principalmente o preto, além de outros tons neutros. Os detalhes preservam a identidade da marca e podem ser identificados em estampas florais, tais como margaridas e rosas vermelhas, matizes típicos da Sicilia, onde nasceu Domenico Dolce.
As peças foram todas feitas em georgette de seda e cetim, alguns detalhes foram desenhados em renda. Os estilistas tomaram cuidado para que uma tela fosse costurada embaixo da renda, isso para garantir que nenhuma parte do corpo apareça.
Stefano Gabanna anunciou oficialmente a coleção ainda no ano passado, mas foi apenas nessa semana que o portal Style.com/Arabia, um dos mais reconhecidos no Oriente, publicou as imagens da campanha.
Cada vez mais, as marcas percebem que adentrar na cultura e no mundo religioso é altamente lucrativo. Essa percepção também ocorre do outro lado, a religião, a cada dia mais se torna um mercado extremamente lucrativo, mas isso já é assunto para outro post.
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