https://www.youtube.com/watch?v=4PJcJcy89oY
Uma organização francesa chamada Addict Aide criou um perfil falso de uma mulher chamada Louise Delage no Instagram e postou 150 fotos, dela nas mais variadas situações sociais, ao longo dos meses de agosto e setembro. Os cliques tinham apenas um detalhe em comum, que ninguém percebeu: uma garrafa, uma taça ou um copo com alguma bebida alcoólica. Depois de dois meses, revelaram que Louise não existe, o que existiu foram 46 mil pessoas curtindo e incentivando um vício sem sequer perceber.
Eu tenho conversado muito sobre alcoolismo com amigos nos últimos meses. Fiquei meio focado nisso. Fico observando os comportamentos dos outros e os padrões quando o assunto é a bebida. Chamar para encontrar significa combinar se é pra levar a bebida ou se vamos comprar juntos. Para alguns não existe sair sem beber. E isso as vezes serve pra mim também, sei lá.
Exagerar eventualmente a ponto de ter uma pequena intoxicação e precisar colocar tudo pra fora (um episódio alcoólico, para ser mais clínico), esquecer partes do dia em que bebeu, prometer que não vai beber dessa vez e acabar bebendo, dificuldade de assumir que está bebendo demais e uma sensação de ansiedade de não beber quando está todo mundo bebendo. Essas coisas acontecem com pessoas a minha volta quase toda semana, são sintomas do alcoolismo e nem todos são “sinais iniciais”.
Ah, e tem coisa mais chata do que ser o sóbrio da festa, aquele que soube se controlar e que acaba tendo isso como uma vitória por que a maioria dos que estão com vocês mal consegue manter o tom de voz em um nível razoável?
Será que isso já aconteceu comigo também? Já precisei ser controlado e não me lembro? Isso seria ainda pior.
E ainda tem aquela história da nossa música pop exaltando o alcoolismo universitário e funcional. Que coisa, não?
Será que eu tô obcecado? Será que eu tô exagerando? Acho que não.
Estou?