SXSW: para os loucos, desajustados, encrenqueiros… aqueles que pensam diferente

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Amanda Felicio é apaixonada por comunicação, planejadora da Leo Burnett Tailor Made, curiosa, louca, desajustada e encrenqueira

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Acho que não tem melhor jeito de definir o SXSW do que pegando emprestado o célebre manifesto da Apple. São loucos os que vêm para cá e sugam do festival toda a combinação de coisas de tecnologia, cinema e música que inspiram a mudança constante nestes 10 dias de festival. E se tornam encrenqueiros a partir do momento em que esses loucos desajustados voltam para casa pensando (ainda mais) diferente, contaminados por aquele vírus de quem não se acomoda nunca e está sempre construtivamente insatisfeito.

Loucos como Marc Webb (o diretor de “500 dias com ela” e “O espetacular Homem Aranha”), que já teve seus dias de baixos orçamentos e ultimamente tem cuidado de produções bem maiores mas mantendo o mesmo olhar do começo. Desajustados como Jon Favreau, que faz blockbusters como “Homem de Ferro 1 e 2”, mas que apresentou com o maior orgulho do mundo “Chef” o seu projeto pessoal que talvez nunca passe pelos grandes circuitos de cinema, mas, definitivamente, tem a cara dele. Gente com a habilidade de pensar diferente como Jason Blum (de “Atividade Paranormal”) que, um belo dia, chegou à conclusão de que trabalhar para grandes corporações com grandes verbas também significava ter grandes interferências de terceiros no produto final e resolveu que preferia produzir por conta própria, encontrando formas alternativas de custo muito mais baixo, mas preservando a autoria. E Casey Neistat (do “Make it Count” para NikeFuel), que é a favor de sair produzindo em cima de um insight e depois trabalhar a idéia para que ela fique do jeito que você imaginou.

Todos eles provam que vale a pena fazer o que se acredita, vale a pena bancar os seus projetos (e vale também buscar formas alternativas de se fazer com que os projetos ganhem as ruas). E quando você olha a essência do discurso de cada um, vai ver que no final das contas o que resta é “faça o que você tiver vontade, faça com paixão e encontre uma forma criativa (de verdade) de fazer”. Casey Neistat ainda acrescentaria um “acima de tudo (e independente de qualquer coisa) vá lá e faça!” quando fala da supervalorização da idéia (que muitas vezes acaba atravancando o processo, fazendo com que ele deixe de ser tão rico pela perda da espontaneidade).

Eu arrisco dizer que “Vá lá e faça!” curiosamente (ou não) também seria o conselho de Adam Savage (de Caçadores de Mitos). Ele estabelece um paralelo entre arte e ciência dizendo que existe muita ciência no processo artístico assim como existe arte aplicada ao processo científico e convida a levantar hipóteses, testar e analisar constantemente.

Seria este provavelmente também o discurso de Biz Stone (co-fundador do Twitter e do Jelly, a sua nova aposta que aciona a comunidade para a ajudar cada membro na busca pelas respostas que procura). Como todo grande empreendedor, Biz Stone não tem medo de arriscar e se reinventar quantas vezes forem necessárias.

E Neil Young, louco de longa data, que “foi lá e fez”: pela insatisfação com a qualidade de som do mais que estabelecido formato mp3, ele provocou o desenvolvimento do Pono, (seu novo tocador digital) que vai chegar no final do ano com o aval de todos os seus ídolos permitindo que a experiência com a música seja mais completa do que o que a gente se acostumou a ter quando pensa em reprodução digital.

A lista de “loucos” não termina por aqui. nós estamos na metade do evento e já começaram a chegar na cidade os músicos e artistas gráficos que vão continuar alimentando , em cada um que participa do SXSW, a vontade de mudar o seu mundo.

E é por essas e outras que você nunca consegue sair daqui como chegou e volta para casa com uma vontade irresistível de tirar da gaveta aqueles projetos pessoais que você deixou para trás em algum momento da sua vida, sem ficar pensando muito se são projetos possíveis ou não. Como fazem todos aqueles loucos, desajustados e encrenqueiros que pensam diferente.

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