Você está escutando ou só ouvindo?

Você já parou para refletir sobre como o nosso cotidiano nos induz cada vez mais a consumir conteúdo sem intervalos? Descubra mais sobre esse fenômeno e seus impactos.

Recentemente fui impactada por essa pergunta em um podcast e fiquei refletindo sobre esse, que julgo ser o tema do momento em que vivemos. Vale relembrar que no sentido linguístico ouvir e escutar possuem significados diferentes, enquanto ouvir é apenas captar o som no processo mecânico do sentido da audição, escutar significa prestar atenção (de fato!). Resumidamente escutar é o que acontece depois que recebemos esse som, como reagimos e lidamos com ele, ou seja, tem um pós envolvido aí.

Agora voltando a pergunta, você já parou para pensar o quanto o nosso cotidiano tem cada vez mais nos induzindo a consumir MUITO conteúdo 24 horas por dia e sem intervalos?  Confesso que estou sofrendo com isso pois além de trabalhar com redes sociais, nas horas vagas sempre me pego navegando pelos apps, consumindo conteúdo de todas as formas, seja ouvindo algum podcast, lendo alguma matéria, assistindo um vídeo acelerado no app vizinho para esvaziar os pensamentos e até para fazer crochê, estou no youtube para acompanhar o vídeo do tutorial. Percebe como já fomos dominados e nem percebemos? Não vou nem falar da dispersão de atenção, que só para escrever esse texto, eu já parei e voltei umas três vezes.

Falando nisso, sabe quando estamos no restaurante e a pessoa que está com você pega o celular, simplesmente esquece da sua existência e ficamos com aquela cara de tontos? Phubbing é o termo que surgiu para representar essa sensação de se sentir completamente ignorado e esnobado. Esse fenômeno cada vez mais recorrente, é tema de estudo da socióloga Sherry Turkle, mostrando que esse comportamento vem se desenvolvendo com mais velocidade uma vez que temos muito mais estímulos, novos apps, conteúdos sendo criados no ambiente digital onde é possível ficar online a qualquer hora. Ela trás um ponto de atenção muito importante para refletirmos, após anos de pesquisa e entrevista com pessoas de várias idades diferentes, que os nossos dispositivos móveis são tão potentes psicologicamente que não apenas modificam o que fazemos, mas modificam quem somos.

No TEDx abaixo ela nos alerta sobre comportamentos que antes eram inadmissíveis mas que com o tempo se tornaram socialmente aceitáveis podem ser muito prejudiciais para a humanidade. Outro ponto interessante que ela cita, é Alone Together, que em uma tradução literal seria “estar a sós juntos” que reflete a vontade de estarmos juntos presencialmente mas ao mesmo tempo conectados em algum lugar diferente ao mesmo tempo, aquela clássica cena de todo mundo em uma festa ou reunião MAS com o celular na mão.

Depois de trazer os pontos assim até assusta um pouco e por isso, encerro o post de hoje por aqui. Espero que essa pergunta tenha feito você repensar no seu consumo digital e as suas horas direcionadas para as redes sociais e celular. Acho que vale colocar aquela trava no celular que a partir de determinada hora do dia bloqueia tudo, meio que um tratamento de choque mesmo para nos ajudar a focar (e se obrigar) a ficar um pouco no mundo real. 

Até a próxima!

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